Sobreviventes do Massacre de Chobar, que ocorreu no Domingo, dia 30 de maio, relatam uma das noites de medo e horror. Os assassinos tinham como alvo encontrar americanos e ocidentais - moradores muçulmanos foram poupados pelos guardas. No final dessa sangrenta guerra santa 22 pessoas foram mortas - a maioria deles civis.
Eles iam de casa em casa, atiravam selvagemente por todos os lados e procuvam a sangue frio pelas vítimas. O massacre de Chobar, na Arábia Saudita, no qual pelo menos 22 pessoas foram mortas ferozmente foi, ao que parece, há muito tempo cuidadosamente planejado - e segue uma ideologia clara: cristãos e judeus devem ser mortos, muçulmanos devem ser preservados - contanto que não pertençam ao governo arábe-saudita.
O americano muçulmano Abu Hashim sobreviveu às 25 horas de horror - os assassinos de Chobar não estavam interessados na sua morte. Nós não matamos muçulmanos., disseram-lhe.
O massacre em Chobar já foi o quarto ataque com morte de estrangeiros na Arábia Saudita nos últimos treze meses. Abu Hashim, que trabalha na Arábia Saudita como engenheiro, escutou tiros, quando estava saindo de casa para ir trabalhar. Ele voltou imediatamente e escondeu sua esposa e filhos na casa de um vizinho.
Tropeçando sobre cadáveres
Depois de esconder sua família, Abu tentou entender o que estava acontecendo. Ele procurou os vigias, responsáveis pela segurança da firma. Nesse momento, deparou-se com quatro jovens barbados, com idade entre 18 e 25 anos.
Voces são guardas? perguntou Abu nervoso. Sim, somos é a resposta. Então os homens perguntaram: Você é muçulmano? Abu respondeu: Sim! Os homens não deixam barato: Cadê a identidade? perguntaram autoritariamente.
Então o engenheiro percebeu que se tratava de terroristas e não de guardas. Ele puxou rapidamente seus documentos do bolso, que comprovam sua identidade como muçulmano.
Você é americano! gritou um dos homens. Abu respondeu que é muçulmano americano. Nós não matamos muçulmanos, dizem os barbados. Então, os agressores se desculparam por tê-lo atrapalhado.
Abu desapareceu rapidamente e tropeçou no corpo de um cozinheiro ocidental, cujo pescoço havia sido cortado a poucos instantes por aqueles homens. O cozinheiro não era muçulmano.
Uma outra testemunha, o banqueiro libanês Abdul Salam al-Hakawati, confirma o sangue frio dos assassinos na busca por não muçulmanos. Abdul Salam escondeu-se com sua família após os primeiros tiros. Quando virou-se para a direita, viu na escadaria do prédio um jovem com uma pistola automática. Ele perguntou ao libanês se ele era muçulmano. Abdul Salam respondeu que sim. Então esse homem, que evidentemente pertencia ao grupo que tinha acabado de falar com Abul, disse: Nós só procuramos ocidentais e americanos. Você pode nos dizer onde podemos encontrá-los?.
Guerra santa contra o Ocidente
Abdul Salam desculpou-se por ser novo na redondeza. Então, o homem sumiu. Ao despedir-se disse: Nossa guerra santa é contra americanos e ocidentais, não contra muçulmanos.. Quando a guerra santa dos quatro assassinos de Chobor acabou, após 25 horas, 22 pessoas já não viviam mais - alguns dos moradores estrangeiros daquela região foram degolados pelos barbados.
O cenário podia ser comparado com um matadouro. Portas arrombadas, janelas quebradas e poças de sangue são as testemunhas mudas de uma noite de terror. Testemunhas confirmaram, que o corpo de um inglês foi amarrado em um carro pelos agressores e arrastado pelas ruas do local.
Lastimamos 22 mortos de dez países: um americano, um inglês, uma moça egípcia, um italiano, um sueco, um sul-africano, dois cingaleses, três filipinos, três sauditas e oito hindus.
Polícia prende dois suspeitos
Na busca pelos fugitivos extremistas na cidade saudita de Chobar, dois suspeitos foram capturados pela Polícia. Eles são acusados de terem ligações com terroristas.
Em uma ação policial, vários carros de polícia cercaram uma mesquita em Chobar. Um advogado, que observou a ação de seu escritório, disse que o Muezzin e sua esposa foram presos.
No ataque ao condomínio de estrangeiros em Chobar, no domingo, apenas um dos quatro criminosos havia sido preso, e se trata do chefe dessa célula terrorista. Os outros três estavam usando, de acordo com o Ministério do Interior, reféns como escudo humano. Eles fugiram com um caminhão e abandonaram seus reféns. Na cidade vizinha, Dammam, obrigaram um motorista a entregar-lhes o seu carro, de acordo com um oficial da polícia.
Leia a notícia no original no Spiegel
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