As violações dos direitos humanos na China continuam piorando, segundo o relatório anual da Anistia Internacional (AI) apresentado em Londres, duas semanas depois de o gigante asiático entrar para o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
As limitadas reformas legais e judiciais melhoraram pouco a proteção dos direitos humanos. Continuou a detenção de dezenas de milhares de pessoas que corriam risco de sofrer tortura, disse a AI.
Segundo a ONG humanitária, no interior do país ocorrem situações de tortura mediante golpes, chutes e descargas elétricas em instituições oficiais muito diferentes, e os retidos não têm acesso a advogados nem a parentes, apesar de ter começado um teste-piloto em três províncias para filmar interrogatórios este ano.
As vítimas de muitas destas detenções são ativistas, advogados e pessoas desapropriadas acusadas de forma imprecisa de delitos contra a segurança nacional ou de vazamento de segredos de Estdo.
A censura é cada vez mais intolerante quando se trata de questões que incomodam o Governo comunista. Os jornalistas que informam sobre estes assuntos são despedidos, detidos arbitrariamente ou presos, segundo a AI.
Na internet, a censura também é estrita em um país onde o total de internautas continua crescendo (111 milhões, o segundo maior número do mundo depois do observado nos EUA, que têm 198 milhões).
As mulheres continuam sendo alvo de violência por meio da esterilização e de abortos forçados por parte das autoridades locais que tentam cumprir as estritas normas de planejamento familiar, que desde 1980 limitam a um o número de filhos por família.
Além disso, as mulheres presas continuam correndo risco de sofrer abusos sexuais e outras formas de tortura e maus tratos.
O relatório destaca ainda a repressão contra práticas religiosas fora dos canais oficiais, e critica a nova Normativa sobre Assuntos Religiosos, o reatamento da ação contra o movimento religioso Falun Gong, em abril, e a perseguição de grupos não autorizados de católicos e protestantes.
A AI calcula que, no último ano, 1.770 pessoas tenham sido executadas, e pelo menos 3.900, condenadas à morte.
No âmbito internacional, a AI denunciou as exportações não controladas de armas chinesas ao Sudão, que contribuem para violações maciças de direitos humanos e para a resistência da Europa a suspender o embargo de venda de armas imposto à China após o massacre de estudantes na Praça da Paz Celestial, em 1989.
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