Revelações feitas por um grupo americano que zela pela separação da religião e do Estado entre as Forças Armadas, causou polêmica nas últimas semanas. Intitulado “Military Religious Freedom Foundation” (MRFF), o grupo revelou que as miras usadas nas armas de soldados americanos e britânicos no Iraque e no Afeganistão tem gravadas em sua estrutura referências a passagens da Bíblia.
A fabricante de armas americanas Trijicon, que é uma das maiores fornecedoras do Departamento de Defesa tendo um contrato na ordem de US$ 66 milhões, explicou a presença das referências bíblicas afirmando que tais textos já são gravados há anos nas miras das armas. De acordo com a BBC, a empresa foi fundada por um cristão devoto que afirma administrá-la “sob padrões bíblicos”.
A MRFF afirma ter descoberto o caso através de uma denúncia por e-mail, provavelmente vinda de um soldado muçulmano do Exército americano, e afirma que as inscrições estariam codificadas e se referem, a trechos do livro de João (com os dizeres “JN8:12”) e de 2 Coríntios (“2COR4:6”).
O texto de João 8:12, que diz: “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: ‘Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida'”. A inscrição sobre o livro dos Coríntios se refere aos dizeres: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”.
Mikey Weinstein, presidente do MRFF, critica a presença das referências bíblicas nos armamentos, afirmando que as inscrições podem dar ao Talibã e a outras forças inimigas uma ferramenta para propaganda de seus ideais.
– Não preciso me perguntar nem por um nanosegundo como os americanos reagiriam se citações do Alcorão estivessem inscritas nessas armas em vez de referências ao Novo Testamento – declarou.
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