Após a polêmica com o cartunista Laerte Coutinho, de 60 anos, que se considera bissexual e se veste de mulher e foi proibido de usar um banheiro feminino de um restaurante, após ser reconhecido por uma frequentadora do local, o vereador Carlos Apolinário propôs a criação de um banheiro unissex para shoppings, supermercados, restaurantes, cinemas e demais locais de diversão.
Apolinário, que é membro da Assembleia de Deus e vereador na capital paulista, afirma que o objetivo do projeto é evitar constrangimentos. Os homens e mulheres utilizariam os banheiros correspondentes ao seu sexo, e o terceiro banheiro, o unissex, seria utilizado por pessoas de qualquer orientação sexual, sem distinção. A única exigência seria a presença de responsáveis, caso o banheiro seja utilizado por crianças.
O texto do projeto afirma que a proposta visa garantir o direito das pessoas em optar por aquilo que entendem ser melhor: “Ainda que muitos não concordem, homens e mulheres têm o direito inalienável de seguir essa ou aquela orientação sexual. É o que se chama livre-arbítrio. Mas os direitos de uns não podem ferir os direitos de outros. Impor o seu direito aos demais é ditadura, o que não pode ser tolerado”.
Essa é a segunda proposta polêmica que o vereador Carlos Apolinário apresenta na Câmara de Vereadores da Cidade de São Paulo. Anteriormente ele havia proposto a criação de um dia do Orgulho Hétero, e a proposta foi bastante criticada por líderes evangélicos, mas também foi copiada por outros políticos. Essa proposta não foi sancionada pelo prefeito da cidade, Gilberto Kassab.
Desta vez, o vereador afirma que se seu projeto for aprovado, ajudará a “manter os bons costumes” e evitar atritos e constrangimentos: “Se a moda pega, qualquer pessoa que se declarar homossexual, ou estiver vestido de mulher, poderá entrar no banheiro feminino, constrangendo senhoras, adolescentes e até crianças”, argumenta, garantindo que o caso do cartunista não é isolado: “Já recebi relatos de casos semelhantes na capital. Os gays no Brasil são muito folgados. Eles querem privilégios, e isso não pode acontecer. Como a sociedade caminha para essa abertura sexual, acho natural criarmos uma opção unissex. O que não é possível é minha mãe entrar em um banheiro e encontrar um homem vestido de mulher”, completa.
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