Nesta quinta-feira (27/03), um tribunal do Paquistão condenou um cristão à morte por blasfêmia contra Maomé, segundo afirmou o seu advogado. O incidente desencadeou uma revolta em Lahore, segunda maior cidade do país asiático.
Sawan Masih foi condenado por causa de uma conversa com um amigo muçulmano, que resultou nas acusações de blasfêmia e condenação posterior. Masih tem 26 anos e é pai de três filhos.
Ele argumenta que a verdadeira razão para a alegação de blasfêmia foi uma disputa de propriedade entre ele e seu amigo.
Depois que as notícias a respeito dos supostos comentários de Masih começaram a circular, mais de três mil muçulmanos atacaram o bairro cristão de Joseph Colony, incendiando cerca de 160 casas, 18 lojas e duas pequenas igrejas.
"Vamos apelar da sentença na Suprema Corte de Lahore", disse Neem Shakir, um dos advogados de Masih, após tomar conhecimento do veredito.
As alegações de blasfêmia contra o Islã são levadas muito a sério no Paquistão, onde 97% da população é muçulmana. Vários casos recentes elevaram a preocupação internacional sobre a aplicação das leis de blasfêmia no país.
Desde a década de 1990, dezenas de cristãos foram condenados por profanar o Alcorão ou blasfemar contra o profeta Maomé. Enquanto a maioria deles foi condenada à morte pelos tribunais, muitos casos foram derrubados por falta de provas. Sawan Masih tem agora 30 dias para recorrer.
Os críticos argumentam que as leis de blasfêmia do Paquistão são frequentemente utilizadas para acertar contas pessoais e que membros de grupos minoritários são condenados injustamente.
Em 2012, a prisão de uma jovem cristã, Rimsha Masih, sob a acusação de blasfêmiaprovocou indignação internacional. Depois de ser detida em uma prisão de alta segurança por várias semanas, ela foi finalmente liberta, mas acabou tendo de fugir para o Canadá com a família.
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