Parentes e amigos de três pastores eritreus, presos desde maio, descobriram ontem que os evangelistas foram transferidos das celas da delegacia de polícia da capital, Asmara, para um local desconhecido.
Os pastores da Igreja do Evangelho Completo, o reverendo Haile Naizgi e o doutor Kiflu Gebremeske, e o pastor Tesfatsion Hagos, da Igreja
Evangélica em Rema, foram detidos nas delegacias de polícia números um, seis e quatro de Asmara, respectivamente, nos últimos três meses.
As esposas dos pastores e amigos tinham permissão para deixar alimento e vestuário para serem entregues aos presos. Contudo, ontem pela manhã, quando eles levaram alimento às respectivas delegacias, as autoridades locais lhes informaram que os homens não estavam mais detidos naquele local.
Desde a última semana de maio, os pastores foram presos sem acusações e recusaram qualquer contato pessoal com suas famílias, das quais não receberam nenhuma explicação para suas detenções.
Cristãos locais que visitaram as esposas de Naizgi e de Gebremeske ontem, contaram que eles as encontraram "angustiadas e em profunda tristeza a respeito do repentino desaparecimento de seus esposos".
"Tais desaparecimentos podem ser positivo ou negativo", disse uma fonte à Compass. "Há momentos que o pessoal da segurança te leva para lugares desconhecidos por algumas horas ou dias, e, então, te libertam fazendo sérias ameaças", afirmou ele. "Ou, eles podem simplesmente levá-lo por um período ilimitado".
Nos últimos três anos, onze ex-ministros do governo, quatorze jornalistas e milhares de outros dissidentes políticos foram detidos e presos em locais secretos pelo regime do presidente Issayas Afewerki, que agora governa a Eritréia através de decretos. As famílias destes prisioneiros não têm informações se eles estão vivos ou mortos.
Em maio de 2002, as autoridades da Eritréia fecharam todas as congregações que o governo considera "seitas religiosas", ordenando que a polícia militar vigorosamente impedisse as reuniões, tanto nos prédios da igreja como em casas particulares. O estado somente reconhece as quatro maiores religiões - as igrejas Ortodoxa, Católica Luterana e o Islamismo.
Atualmente, pelo menos quatrocentos membros destas igrejas evangélicas interditadas são conhecidos por serem detidos pela fé, incluindo mais de setenta soldados mantidos sob severas condições por mais de dois anos na Prisão Militar de Assab.
Nas mais recentes detenções informadas em 25 de julho, a polícia prendeu trinta convidados e membros de uma festa de casamento protestante em Senafe. Eles ficaram detidos por quatro dias e, então, todos foram libertos, com exceção de duas pessoas. Acredita-se que Michel, um evangelista da igreja de Kale Hiwot e Teame Kibrom, um senhor idoso de aproximadamente oitenta anos, ainda permanecem presos.
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