Em 1990, no estado do Colorado, EUA, uma jovem mãe de três filhos implorou que sua vida fosse poupada, ao ser confrontada por uma assaltante vestindo farda militar.
“Por favor, não me mate”, ela chorou.
Friamente, a assassina atirou assim mesmo, matando-a. Porém, como deixou várias pistas, a polícia prendeu a mulher em menos de 24 horas. Pouco depois, prendeu também o marido da vítima, depois de averiguar que estava tendo um caso com a assassina.
Sydna Masse era vizinha da vítima. Quando soube do assassinato, reagiu com ódio e ira.
“A minha amiga estava morta e deixara três crianças sem mãe. Senti que tinha todo direito de odiar a assassina que causara tudo isso.”
Sydna sentia calor, fisicamente, quando o nome da assassina (Jennifer) era mencionado ou passava sua foto na televisão. “Durante um tempo, não conseguia sequer ler as reportagens nos jornais”, ela admite.
O ódio de Sydna não era um caso à parte. “Toda a cidade e o estado odiavam Jennifer”, ela conta. A sentença de prisão perpétua pouco afetou a paixão negativa de Sydna. “Não houve alívio algum em saber que fora julgada. É isso o que acontece quando ódio e amargura estão presentes – essas coisas comem você por dentro. Cada vez que passava em frente à casa de Diane [a mulher assassinada], sentia uma enorme falta dela, e ressurgia toda aquela ira novamente.”
Pouco depois do julgamento, Sydna começou a participar de um estudo bíblico que continha um capítulo sobre perdão. Sydna orou e perguntou a Deus a quem ela precisava perdoar. “O nome de Jennifer veio imediatamente à minha mente. Reagi fortemente à idéia e protestei: ‘Sem chance que vou perdoar-lhe! Ela matou minha amiga! Matou uma mãe de três crianças!’”
Apesar da sua relutância, Sydna finalmente cedeu e escreveu uma carta a Jennifer, cuidadosamente redigida, expressando seu perdão. Para sua imensa surpresa, algo incrível aconteceu no seu interior. Assim que empurrou a carta para dentro da caixa de coleta, “um peso caiu das minhas costas. Era como se tivesse ficado dez quilos mais leve. Foi aí que aprendi que ira, amargura e falta de perdão nos bloqueiam, impedindo-nos de experimentar verdadeira alegria em todas as suas dimensões.”
As surpresas não pararam por aí. Embora seu passo inicial fosse dado por um senso de obrigação e não por ter tido qualquer espécie de sentimento, algo totalmente inesperado aconteceu como resultado da sua ação. Jennifer respondeu à sua carta: “Sinto muito por ter matado sua amiga”, ela lhe escreveu.
Sydna sentiu um imenso impacto ao ler essas palavras. “Não imaginava o quanto eu precisava ouvir isso”, ela testemunhou.
Uma correspondência entre as duas foi iniciada. Aquilo que lhe parecia no princípio uma obrigação pesada – perdoar um monstro –transformou-se em um relacionamento que abençoou as duas. Hoje, Sydna reconhece que se não tivesse perdoado antes, Jennifer nunca lhe poderia ter feito aquela confissão, pois nem sabia que Sydna existia.
De modo incrível, Jennifer se transformou em uma bênção para Sydna por meio de suas cartas. “Inexplicavelmente, as cartas dela sempre chegavam em momentos escuros para mim. Jennifer tornou-se uma das minhas maiores fontes de encorajamento”, ela diz. Com o passar do tempo, Sydna considerava a Jennifer tanto sua amiga quanto antes considerava a Diane. Só uma dádiva divina poderia ser responsável por tamanha transformação!
Extraído do artigo “The Forgiveness Factor”, da revista “Christianity Today”, de 10 de janeiro de 2000.
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