O irmão Andrias Soni realiza um trabalho missionário na Índia há anos, o que, por diversas vezes, foi motivo de repressões e ameaças por parte de extremistas hindus. Essa é a segunda parte de um testemunho revelador da realidade em que vivem aqueles que decidem servir ao Senhor em países onde há perseguição aos cristãos.
Há dois anos, o missionário Andrias Soni estava em uma estação de trem na Índia distribuindo panfletos e conversando sobre o evangelho de Jesus Cristo com as pessoas que passavam, quando membros do Dharam Sena (Exército Religioso) dirigiram-se até ele e o agrediram. Os militares o acusaram de conversão forçada, confiscaram seus materiais e sua Bíblia pessoal (usando-os como evidência e “ferramentas de conversão”) e arrastaram-no novamente para a delegacia.
"Eu já havia sido maltratado e ferido antes, mas dessa vez foi tão grave que eu pensei que eles iriam me matar ou, ao menos, me deixar incapacitado", disse Soni.
Somente depois que a liderança cristã local interveio e contratou um advogado é que Soni foi libertado da prisão – não antes que fosse registrado um boletim de ocorrência contra ele.
O caso se estendeu por cerca de dois anos até que Soni foi inocentado honrosamente por falta de provas. Porém, o trauma enfrentado por ele e sua família é sentido até hoje.
"Foram momentos difíceis, mas Deus se mostrou fiel a nós. Agradeço o apoio e incentivo recebido pela Portas Abertas durante todo esse tempo", lembra Soni e acrescenta ainda: “Sou um missionário aposentado; uma agência missionária me paga um honorário simbólico, só para me incentivar. Minha esposa, Suhas Soni, foi demitida pelo diretor da escola onde trabalhava porque ela se recusou a abrir mão do cristianismo. Ela não tem pensão e, agora, não tem qualquer outro meio de ganhar dinheiro para o seu sustento”.
"Foi nesse momento que a Portas Abertas me ajudou a finalizar a construção da minha casa. Eu tinha um lar inacabado e nunca conseguia os recursos para a sua conclusão. Foi por causa da ajuda oportuna da Portas Abertas que coloquei agora parte da minha casa para alugar e, com o dinheiro que recebo, sustento minha família", declarou.
A violência continua
"Há uma semana, ao ver-me no mercado, o líder do Dharam Sena (mesmo grupo que me agrediu anos atrás) me viu e me cumprimentou. Mesmo com medo, cumprimentei-o de volta. Dentro de alguns minutos um homem que eu nunca tinha visto veio até mim e me pediu para fazer dele um cristão; chegou até a me solicitar uma Bíblia, se eu tivesse uma. Eu sabia que era uma armadilha criada pelo mesmo líder”, relatou.
Soni contou ainda: "Eu sempre ando com folhetos e com minha Bíblia pessoal dentro da bolsa, e eu sabia que tão logo eu fizesse qualquer movimento de pegá-los, uma multidão viria e me acusaria de tentar converter este homem ao cristianismo, à força. Tentei evitar o moço o máximo que pude. Fiz uma rápida oração ao Senhor e assim que a atenção do homem foi desviada, subi na minha Scooter e fugi. Foi por um triz. Grupos extremistas sempre tentam acusar falsamente pastores e evangelistas usando-se de qualquer meio".
“ Deus tem sido bom para mim. Quando militantes da oposição fecham uma porta, Deus, inesperadamente, abre uma nova", disse ele.
"Eu sou um evangelista simples, sem habilidades especiais e um crente convicto no evangelismo pessoal. Há mais de um ano, tenho sido procurado por vários funcionários do alto escalão do governo que me chamam em seus escritórios, sedentos por ouvir sobre Jesus Cristo. Estou feliz em dizer que, agora, muitos são seguidores do Senhor”.
"Algumas pessoas que me conheceram na época em que eram estudantes e viviam ainda nos albergues, hoje se tornaram importantes figuras públicas. Eles me pedem regularmente para visitar seus amigos e contar-lhes o meu testemunho e tem havido respostas surpreendentes às boas novas do evangelho. Uma pessoa a quem tive o privilégio de levar ao Senhor, agora conta com mais de 50 discípulos, a maioria deles de alta casta hindu. O trabalho do Senhor continua, e esta é a minha alegria para sempre”.
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