Alguns podem interpretar como arrogância o convite de Paulo a que o imitemos (Filipenses 3:17). Mas um fato incontestável é que sempre estaremos a imitar alguém. Nenhuma personalidade é moldada ao acaso; todos não somente copiamos modelos, quer conscientemente ou não, como também os buscamos. Se não imitarmos a Paulo, o qual imitava a Cristo, buscaremos outro alguém em quem nos modelaremos.

O próprio Paulo nos apresenta o que deve ser observado em nossa busca por modelos. Antes de qualquer coisa, é preciso avaliar a prioridade que têm. O apóstolo nos alerta, com pesar, acerca dos muitos modelos cujos objetivos estão nas coisas terrenas (vv.18 e 19). O próprio Cristo nos instrui a ajuntar tesouros no céu (Lucas 12:33-34), e para que o façamos é preciso buscar modelos que já têm logrado êxito nesse tipo de “investimento”. Em suma, meu coração deve aspirar por mentores que vivam efetivamente em torno de valores eternos, apaixonados pela transformabilidade do evangelho da cruz.

E não basta observar seus valores: busquemos modelos que vivam em comprometimento com esses valores, ainda que em meio às dificuldades, mas sem desfocar. O elemento durabilidade é preponderante. Não quero ter por modelos indivíduos que costumeiramente desistem na subida. Ainda que parem para respirar nos desafios íngremes, continuam sendo e fazendo ser. Paulo instrui: “Sede meus imitadores...” (3:17)... “portanto permanecei firmes” (4:1).

Sem desconsiderar a limitação e a humanidade, peço a Deus por modelos que não parem de lutar. Sim, não preciso olhar para homens perfeitos, nem tampouco para heróis eventuais. Para continuar, preciso olhar para homens e mulheres que ainda lutam.