O comitê de criação é composto por nove membros do clero com base grega, armênia e de sírio ortodoxos, assim como católicos e protestantes.
O pastor Behnan Konutgan, da Casa da Bíblia em Istambul, informou que o Ministério da Educação autorizou a comissão de autoria a continuar desenvolvendo o currículo de religião cristã deste mês. A comissão já preparou um projeto de livros didáticos para as crianças das quarta e quinta séries, com idade entre nove e onze anos. A comissão está organizando as apostilas para os alunos da oitava e nona séries.
A criação deste novo currículo levanta muitas perguntas sobre a sua execução, tais como e onde as aulas serão ministradas. "Há mais perguntas do que respostas", afirmou a especialista em liberdade religiosa, Mina Yildirim. "Se o Ministério da Educação não está disposto e pronto para se tornar flexível, esse curso não passará de discurso, nunca entrando na prática". Uma das propostas de flexibilidade envolve a união de alunos de diferentes escolas a fim de completar a cota de doze alunos por turma, exigência para o início das turmas. Yildirim disse ainda que o Ministério da Educação também pode considerar a realização de classes com menos alunos, possibilitando que o currículo atenda às necessidades da comunidade cristã.
Segundo um cristão ortodoxo que pediu que sua identidade fosse preservada, toda a sua educação primária e secundária ocorreu em escolas públicas de Istambul. Ele disse que havia geralmente até três cristãos em sala, e durante a aula de religião, eles se sentavam juntos na cantina da escola. Ele pensou que o cristianismo como disciplina pudesse ser uma proposta muito difícil de ser implementada em escolas turcas, públicas ou privadas.
Uma das preocupações, levantada pelo administrador escolar, Garo Paylan, é qual a especialidade e o grau de conhecimento de professores para ministrarem esse curso nas escolas públicas. Outras preocupações também surgiram. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (CEDH), do qual a Turquia é uma das signatárias, decidiu que as aulas de religião obrigatórias não parecem de aplicação justa para os alunos que não seguem a religião, em um país de maioria islâmica sunita. Eles ainda pedem ao governo turco que os alunos que não queiram participar das aulas, sejam dispensados a pedido dos pais, sem que precisem divulgar suas crenças religiosas. O anúncio do governo sobre a oferta de uma disciplina eletiva de cristianismo veio logo após a decisão do TEDH.
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