Dar vida a um personagem mítico exige desafios. Que o diga Fernando Pavão, intérprete do herói hebreu Sansão, cuja história é contada na minissérie ‘Sansão e Dalila’, exibida pela Record.
O ator não teve dublê para substituí-lo nas cenas de luta. Mas, para ele, complicado mesmo foi manter os cabelos longos, com aplique de megahair.
Qual a maior dificuldade para fazer um personagem mítico como Sansão?
Nunca pensei em fazer um personagem antigo, mas sempre adorei filmes bíblicos da ‘Sessão da Tarde’. Para a minissérie, não assisti a um longa específico, não por achar que podia influenciar, mas porque preferi ficar neutro para este papel. Acho que o mais difícil, e também prazeroso, foi o processo de produção da minissérie. É um trabalho mais demorado e cuidadoso do que o de uma novela.
Você precisou colocar megahair para alongar os cabelos. Como foi a adaptação?
É um cabelo complicado de se cuidar. Estou com ele há uns seis meses e só posso deixá-lo preso. É difícil carregar esse peso todo, mas me acostumei. Curiosamente, o cabelo é o elemento mais importante para Sansão.
Quem já viu o filme ou leu a história sabe que a força dele está no cabelo…
Mas não é só isso. O cabelo é simbólico, representa a fé de seu povo. Os hebreus não cortavam o cabelo porque a religião não permitia. Assim como não podiam beber. Ele é um enviado de Deus, um homem de muita fé. A trajetória dele é de um herói, capaz de amar com a mesma força com que destrói um exército de mil homens.
Quando Sansão é traído pela Dalila e entregue aos filisteus, o cabelo dele é cortado. A partir daí, como a minissérie vai contar a história?
Depois, o cabelo vai crescer novamente, e Sansão recupera sua força, que é um dom de Deus. A minissérie conta toda a história deste legítimo representante da fé dos hebreus, desde o nascimento até a morte, o que as versões para o cinema não fizeram. O final vai ser muito bonito.
O personagem tem muitas cenas de luta e ação. Como você se preparou fisicamente para essa empreitada?
Fiz aulas de luta e musculação para reforçar o físico e poder chegar ao final das gravações. Foi muito cansativo porque, por uma exigência da direção, não tive dublê. Fiz todas as cenas de ação, inclusive as de força.
Como foram as gravações externas em Natal (RN)?
Foram bem complicadas. Apesar de Natal ser um lugar lindo, fazia muito sol e ventava muito. Tivemos que contar com o clima. As roupas eram quentes, a gente suava muito, dormia poucas horas… Mas é assim mesmo.
Leu o trecho da Bíblia que conta a história de Sansão?
Li as passagens da Bíblia e vi as adaptações cinematográficas, a de 1949 e a de 1996, mas acho que a minissérie tem um diferencial, que é buscar o lado mais humano de cada personagem. Mostra as fortes relações de Sansão com os pais e seu povo.
Você é religioso como o personagem?
Acredito em Deus e tenho fé.
Que outra característica você tem semelhante a Sansão?
A determinação. Nos momentos mais difíceis, ele não desiste nunca, eu também não.
Como foi trabalhar nessa minissérie com Mel Lisboa, a Dalila?
A gente conversou muito antes de gravar as primeiras cenas. Isso ajudou a criar uma cumplicidade, para os dois seguirem na mesma direção. E o resultado do trabalho está aí…
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