A revista "The Economist" publicou recentemente uma reportagem sobre os avanços nas questões relativas à liberdade religiosa na Turquia e sua importância para que o país seja aceito como membro da União Européia. Leia a matéria na íntegra:
Na periferia de um povoado próximo a Midyat se ergue um edifício cujo destino pode testar o compromisso da Turquia com a União Européia. Na baía de Bardakci, 30 famílias curdas usam o local como mesquita. Mas integrantes da minoria cristã ortodoxa síria insistem que se trata da Igreja Santa Maria, que serviu à comunidade siríaca durante 200 anos até que a guerra civil e a crise econômica os forçaram a migrar. Os siríacos querem o templo de volta.
Cerca de 3.000 siríacos do sudeste afirmam que tiveram seus imóveis confiscados, não apenas por curdos, mas também pelo estado. Há pouco tempo um casal americano em Kayseri recebeu um e-mail ameaçando-os de morte pelo simples fato de serem cristãos. Um pastor evangélico da província de Ismir também recebeu uma carta ameaçadora e deparou-se com uma suástica vermelha pintada na porta de sua casa. Em Tarso, o prefeito mandou espancar e expulsar um missionário da Nova Zelândia.
"Os evangélicos são o grupo mais perseguido da Turquia", declara Ihsan Ozbek, pastor da Igreja Protestante de Kurtulus em Ancara. Pode parecer exagero, mas respeitar a liberdade religiosa de não-muçulmanos será fundamental para que a Turquia seja aceita como membro da União Européia. Até aqui a Turquia tem agido bem. As leis que proibiam cristãos de reformar igrejas foram revogadas, permitindo que os siríacos recuperem o antigo monastério de Mar Gabriel, próximo a Bardakci. Além disso, aprovou-se uma lei permitindo que fundações religiosas não-muçulmanas comprem terrenos. Timoteus Samuel Aktas, arcebispo metropolitano de Mar Gabriel, exibe um novo centro de recreação para monges em seu monastério. Contudo, os atentados mais recentes contra os siríacos, inclusive a detonação de uma mina terrestre sob um automóvel, causaram grande alarde - e levaram siríacos espalhados pela Europa a rever sua intenção de retornar ao país.
A omissão do governo em denunciar tais atentados foi agravada por suas tentativas de vender terrenos em Bardakci, cuja propriedade é reivindicada pelos siríacos. Estes endereçaram pedidos às autoridades de Ancara e ainda aguardam uma resposta. Alguns observadores vêem tudo isto como um sinal de "fatiga da reforma" que vem desestabilizando o governo de Recep Tayyip Erdogan desde que se marcou a data de 3 de outubro para o início das negociações sobre a adesão da Turquia à União Européia. Outros detectam uma campanha contra os cristãos pelas forças islâmicas de dentro do partido de Erdogan.
Em 11 de março, uma instituição estadual que microgerencia a vida religiosa na Turquia emitiu um sermão a ser pregado nas cerca de 75.000 mesquitas oficialmente registradas. O texto falava dos perigos que os missionários representam para a unidade nacional, pois "eles trabalham para cortar o vínculo de nossos cidadãos com a fé ". Depois disto, Mehmet Aydin, ministro de estado para assuntos religiosos, emitiu um pronunciamento no qual se referiu às atividades missionárias como "separatistas e destrutivas". Seu discurso foi aclamado pelos nacionalistas, que temem que a Europa pretenda converter turcos ao cristianismo. Tem pouca relevância o fato de que somente 300 pessoas tenham desertado nos últimos oito anos - ou o fato de que a lei permite fazer prosélitos.
Erdogan ainda resiste a pedidos de reabertura do seminário ortodoxo grego de Halki, na ilha de Heybeli, nos arredores de Istanbul, fechado em 1971. Os aliados alegam que Erdogan está de mãos atadas porque não tem condição de cumprir as promessas que fez ao seu fiel eleitorado antes das eleições, sobretudo as promessas de abolir a proibição do véu islâmico em órgãos do governo, escolas e universidades. Diplomatas europeus defendem que, negando aos cristãos seus direitos, a Turquia está engrossando seu exército de detratores dentro da União Européia.
De volta a Bardakci, Yusuf Ozkahraman, um fazendeiro curdo de 64 anos, aponta presunçosamente para a Igreja de Santa Maria. "Só quando as forças cristãs ficarem mais fortes do que nosso estado é que essa mesquita será entregue aos cristãos, e esse dia nunca vai chegar", promete ele.
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