Catherine Samba Panza, 59 anos, é a primeira mulher a aceitar o cargo no país. Ela prestou juramento perante os magistrados do Tribunal Constitucional provisório, em uma cerimônia no Palácio da Assembleia Nacional, sede do Parlamento centro-africano. Participaram da cerimônia o presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius.
A presidente jurou respeitar a Constituição de transição, garantir a independência da Justiça e a integridade do território, preservar a paz e conservar a unidade nacional sem considerações de ordem étnica, regional e religiosa. Samba Panza deverá nomear em breve um primeiro-ministro. Até fevereiro de 2015, a presidente terá de organizar eleições gerais às quais não será candidata.
A presidente de transição é a sucessora de Michel Djotodia, que derrubou o regime de François Bozizé em março de 2013 à frente da coligação rebelde Séléka, de minoria muçulmana. Djotodia demitiu-se neste mês por pressão da comunidade internacional devido à sua incapacidade de fazer cessar a violência entre a maioria cristã e a minoria muçulmana.
Catherina cursou direito de empresas na capital Bangui, e em Paris, de onde voltou para criar uma corretora de seguros. Em 2003, entrou na política e ocupava o cargo de presidente da Câmara de Bangui.
Metade de 4,6 milhões de habitantes da RCA foi afetada diretamente pela crise que atinge o país. Um dos maiores desafios da nova administração será o de amenizar a crise humanitária pela qual enfrenta a população. Nesta quinta-feira, o Banco Mundial anunciou uma ajuda de emergência de US$ 100 milhões de dólares (cerca de R$ 236 milhões) para a RCA. O aporte deverá ser usado, principalmente, em cuidados com saúde e alimentação e será entregue ao longo de 2014 conforme as condições de paz e segurança forem sendo recuperadas.
“A população da República Centro-Africana enfrenta uma das piores crises da sua história, que requer uma ação urgente por parte da comunidade internacional”, disse o vice-presidente do Banco Mundial, Makhtar Diop, em comunicado. De acordo com a instituição, o auxílio tem o objetivo de evitar a propagação de doenças entre a população deslocada, cuja quantidade chegou a 1 milhão desde a saída do presidente François Bozizé e a intensificação dos conflitos em março de 2013.
As Nações Unidas estimam que aproximadamente metade dos 4,6 milhões de habitantes da RCA precisam de ajuda humanitária.
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