A publicação de uma série de charges em um jornal dinamarquês que relacionava o profeta Maomé ao terrorismo, em janeiro do ano passado, e o discurso do papa Bento XVI citando as palavras de um imperador bizantino sobre a violência no islã, acenderam a ira dos muçulmanos contra os cristãos em diversos países.
Na Nigéria, o padre católico Matthew Gajere, da igreja de Santa Rita, no Estado de Borno, e outros 50 cristãos foram mortos no dia 18 de fevereiro quando muçulmanos extremistas, indignados com as charges, incendiaram 31 igrejas em Maiduguri (capital de Borno) e em Katsina. Os desordeiros também atearam fogo à residência do bispo da diocese de Maiduguri. No dia 23 de fevereiro, muçulmanos, também enraivecidos com as charges, mataram dez cristãos e incendiaram nove igrejas em outro Estado nigeriano, Kontagora.
Na Turquia, o padre Andrea Santoro, 60 anos, foi atingido no dia 5 de fevereiro por dois tiros nas costas, depois da missa de domingo, enquanto ajoelhava perante o altar da paróquia de Santa Maria, em Trabzon. Oguzhan Aydin, de apenas 16 anos, contou que matou o padre para se vingar das caricaturas dinamarquesas. O assassinato deu a ele uma pena de prisão de 19 anos e aumentou o declínio do clima religioso na Turquia. Dias depois, um monge franciscano foi atacado e ameaçado por jovens turcos em Esmirna. Na segunda semana de março, um jovem turco na zona sul do porto de Mersin seguia dois clérigos e um grupo de jovens católicos até o interior da igreja, praguejando contra o cristianismo e ameaçando-os com uma faca até que finalmente foi flagrado pela polícia. Em julho, um padre francês idoso de Samsun, litoral do mar Negro, sobreviveu a um esfaqueamento depois que muçulmanos turcos espalharam falsos boatos contra católicos e protestantes na cidade.
No Paquistão, o insulto por conta das charges afetou os cristãos. Os ânimos se exaltaram e houve protestos em três grandes cidades do país. No dia 19 de fevereiro, uma multidão com cerca de 500 muçulmanos incendiou duas igrejas e a escola de um convento na província de Sindh, ao sul, por supostamente profanarem o Alcorão. Com bombas de gasolina e outros líquidos inflamáveis nas mãos, a multidão destruiu a Igreja Católica de Santa Maria e a Igreja Santo Salvador, em Sukkur. Ocorrem protestos quase que diários contra as charges em Sukkur.
A histeria muçulmana emergiu por volta de setembro passado, quando o papa Bento XVI, ao discursar sobre fé e racionalidade na Universidade de Regensburg, Alemanha, relembrou uma citação do imperador bizantino do século XIV, Manuel II Paleologus, de que Maomé ordenou os muçulmanos "espalharem por meio da espada a fé que ele pregava".
À parte da veracidade da citação (que é comprovada por historiadores muçulmanos e o próprio Alcorão), o papa referia-se ao fato de o imperador ter argumentado que a violência histórica dos muçulmanos não era racional. O papa negou por duas vezes que a citação fosse de sua autoria.
Os líderes islâmicos e a mídia mundial não compreenderam essa sutiliza irônica e interpretaram a citação como uma opinião pessoal do papa, definindo o discurso como ofensivo. Isso, então, enraiveceu as massas que, por causa da sharia, considera blasfêmia qualquer crítica ao profeta Maomé.
No mês seguinte, muçulmanos iraquianos seqüestraram um padre sírio ortodoxo em Mosul e colocaram como parte de suas exigências o repúdio às palavras do papa. Depois de seqüestrarem o padre Boulos Iskander, de 59 anos, em 9 de outubro, os muçulmanos extremistas baixaram o pedido de resgate de 350 mil dólares para 40 mil dólares, mas disseram que a igreja do padre deveria repudiar publicamente os comentários do papa Bento XVI. Eles decapitaram o padre ortodoxo apesar de a família ter pagado o resgate e a igreja do padre ter instalado 30 grandes painéis nos muros da cidade, se distanciando dos comentários do pontífice.
Em 26 de novembro, muçulmanos extremistas declararam vingança ao papa e seqüestraram um presbítero de 69 anos da Igreja Presbiteriana Evangélica Nacional de Mosul. Por telefone, os raptores disseram: "Vamos nos vingar das palavras do papa. Nós vamos matar todos os cristãos, começando por ele". Em 29 de novembro o presbítero foi morto com um tiro na cabeça.
Militantes muçulmanos distribuíram panfletos por Mosul exigindo "que os líderes católicos condenassem as palavras do papa, caso contrário os cristãos seriam mortos e as igrejas incendiadas".
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