Já começou a corrida para a Casa Branca nos Estados Unidos. Em novembro desse ano acontecerá a eleição que nomeará o novo mandatário do país, e professor de direito espanhol Rafael Navarro-Valls escreveu um artigo para o Zenit.org fazendo uma análise da influência da religião nesse processo eleitoral.

Navarro dá destaque para as primárias do partido Republicano, já que os Democratas já tem o atual presidente, Obama, como candidato. Nessas votações feitas nos estados os candidatos que vêm se destacando entre os sete que estão na disputa são “Mitt Romney, um mórmon de 61 anos e Rick Santorum, católico de 53 anos”.

Esses dois candidatos foram os vencedores, empatados, no estado de Iowa. Rick Santorum é um católico, ex-senador pela Pensilvânia, e em torno dele se reuniram os protestantes evangélicos e, em geral, os eleitores defensores dos valores cristãos. Seu adversário, Romney teve que superar algumas dificuldades por causa da sua religião Mórmon. No entanto, em uma recente pesquisa do Pew Research Center, o 91% dos evangélicos brancos – os eleitores republicanos mais propensos a rejeitar a religião do candidato – apoiariam a Romney se fosse designado como candidato republicano para competir com o presidente Obama.

O artigo comenta ainda as estatísticas recentes que mostram a intenção de voto dos norte-americanos em relação a um candidato ateu, segundo essa pesquisa “mais de 90% dos americanos entrevistados disseram que votariam num afro-americano, num judeu ou numa mulher, e um 59% estão dispostos a votar num homossexual. Apenas 49%, no entanto, estão dispostos a votar num candidato presidencial ateu”.

Tradicionalmente a política americana é liderada por protestantes brancos, quadro que gradativamente vem mudando, tanto que o país é liderado atualmente por um presidente negro. Mas o fator da religião ainda pesa muito no país. O primeiro presidente católico a comandar os EUA foi J.F. Kennedy que assumiu o salão oval em 1961. Kennedy venceu um candidato protestante nas urnas: Nixon.

Nesse ano temas como família e políticas sociais serão muito fortes na campanha eleitoral desse ano. Como exemplo temos a polêmica decisão de presidente Obama em retirar os subsídios públicos ao Office of Migrations and Refugee Services, o organismo governamental de atenção a emigrantes e refugiados mais importante dos Estados Unidos. Navarro aponta como fator para esse corte o fato de que o órgão se negava a financiar abortos, o que causou indignação nos bispos que coordenam a entidade que chegaram a declarar que “parece existir uma nova regra não escrita do Departamento de Saúde. É a regra do ‘abc”: Anybody But Catholics (Todos, menos os católicos)”.