O reitor da Universidade Evangélica Nicaragüense (UENIC), Benjamín Cortés, defendeu uma pregação profética com base no Espírito Santo, capaz de remover as causas da violência social e estrutural, da pobreza e da corrupção, do autoritarismo na família, na escola, na igreja, nos partidos, e o egoísmo que fomenta a acumulação econômica.
Cortés participou da jornada teológica Sandino Vive, realizada na quarta-feira, 18, na Universidade Centro-Americana (UCA). Ele defendeu uma Igreja-povo e a formação teológica, bíblica e pastoral do povo de Deus ecumênica, em diálogo com as ciências humanas, crítica ao capitalismo multinacional e compromissada com os direitos humanos e a ecologia.
O reitor da UENIC pediu um movimento de mulheres que reforme a igreja, a educação, a economia e a política. Aos jovens, pediu uma formação com ética, humanismo, voltada às artes, ciências e tecnologia, desenvolvendo espírito investigativo e com amor.
O reitor evangélico imaginou também um movimento camponês que engendre novas relações econômicas e sistemas alternativos de produção orgânica, que defenda e formule direitos agrários, que reconstrua o mundo rural ao redor da cidade, para dar vida, água e oxigênio sem contaminação.
Mesmo diante de tamanha tarefa, alguma coisa vem sendo feita, assegurou Cortés, ainda que de maneira muito modesta. “Poderia dizer que há um futuro para uma teologia libertadora, uma teologia para a vida, uma teologia emancipadora do povo de Deus na terra de Sandino”, disse.
Uma teologia libertadora se constrói na organização social, na articulação profunda da Palavra de Deus, que é Cristo, com a Sagrada Escritura e a tradição como critério de ortodoxia eclesiástica-popular, afirmou.
Cortés sublinhou que as teologias da libertação são inevitáveis porque são bíblicas, porque são e estão a serviço da vida dos povos, e elas surgem porque os povos lutam para destruir o jugo que os oprime, e emancipar-se para a plenitude de vida.
“A Teologia da Libertação continua o seu curso porque o capitalismo multinacional nega qualquer projeto de sociedade inclusiva. Porque a modernização do cristianismo burguês dá as costas ao povo e à terra. Porque os governos latino-americanos condenaram o campesinato como classe e os indígenas como povo ao desaparecimento”, assinalou.
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