No mês passado, a Portas Abertas encontrou-se com a equipe de defesa dos prisioneiros de Acteal. Um dos assuntos discutidos foi o comentário feito pelo governador de Chiapas, em janeiro, de satisfazer a justiça no caso de Acteal e o que significa para os homens na prisão Amate.

Estão presos 75 acusados de supostamente participar do assassinato de 45 índios tzotzils, incluindo 37 mulheres e crianças, e ferindo outros 17, em um confronto armado, em 22 de dezembro de 1997, na área de Acteal, do município de Chenalho, em Chiapas. Mais da metade desses homens é cristã evangélica da comunidade de Chenalho. A maior parte desses presos foi injustamente detida e está na prisão por mais de oito anos (leia mais).

O Estado de Chiapas solicitou permissão para reabrir os arquivos desses homens, a fim de realizar maiores investigações, embora a jurisdição esteja agora nas mãos do governo federal. Em um discurso feito por Juan Sabines Guerrero, governador de Chiapas, ele prometeu criar um comitê para realizar uma investigação mais aprofundada do massacre em nome do escritório do procurador público.

A Portas Abertas acredita que esses esforços para reabrir o caso favorecem os mesmos católicos que injustamente detiveram os homens de Acteal. A equipe de defesa de Acteal é monitorada de perto pelo escritório de acusação e recebeu ameaças e vários ataques.

Em 26 de janeiro, a equipe de defesa visitou o escritório do procurador público, encontrando-se com advogados da Fray Bartolome de las Casas, uma organização de direitos humanos, que tem uma equipe de aproximadamente 20 pessoas dedicadas em tempo integral ao caso e conta com doações consideráveis da Europa para apoiar seu trabalho.

Sob uma atmosfera de advertência e ameaça, a equipe de defesa decidiu abandonar outras tentativas de promover o caso. A acusação, apoiada pelo governo local, prometeu que todos os esforços de defesa seriam sem valor e até mesmo insinuaram que a equipe de defesa seria pessoalmente atingida se prosseguisse. 

A equipe de defesa também se encontrou com funcionários cristãos do governo e confirmou que as declarações feitas no início de janeiro, em Chiapas e na Cidade do México, sobre "satisfazer a justiça", podem não ser promissoras para os cristãos presos, devido à influência da igreja católica no atual governo local. Portas Abertas sabe que há 27 mandados de prisão pendentes contra outros homens indígenas inocentes, que também são acusados de participar do massacre. É provável que as palavras "satisfazer a justiça" refiram-se à detenção destes homens.

O lado positivo é que Deus está movendo os corações de pessoas muito influentes na Cidade do México que são próximas à presidência. Por favor, continue orando pela justiça de Deus e sua misericórdia para com as famílias afetadas. A equipe de defesa espera por um perdão presidencial que possa libertar todos os inocentes.