Quatro missionárias da agência Gospel for Asia (GFA) em Haryana, Índia, foram severamente agredidas em suas casas no domingo. Dois pastores também ficaram feridos no ataque, praticado por grupos radicais hindus.
"Há algum tempo, os fundamentalistas estão fazendo todo o possível para impedir todo o trabalho cristão neste Estado", disse K.P. Yohannan, fundador e presidente da GFA. "Eles visam os cristãos rotineiramente, e agora eles estão atacando até mulheres."
Ataques públicos a mulheres são raros na Índia, e esse incidente aumenta a preocupação dos líderes da GFA.
"Isso é demais!", desabafou Simon John, líder regional da agência missionária, que relatou o caso à comissão de minorias.
As missionárias Vanmala, Lata, Udaya e Ramita trabalham nessa região há cerca de um ano. No dia 4 de fevereiro, fundamentalistas anticristãos ordenaram que elas desocupassem a casa imediatamente. Eles disseram às mulheres que chamassem os pastores supervisores, que se dirigiram ao local imediatamente.
As mulheres e os pastores ainda estavam dentro de casa quando centenas de pessoas cercaram o local. Um grupo de fundamentalistas entrou e abordou as mulheres e os pastores que tinham ido auxiliá-las. Relatos indicam que um dos líderes do grupo, que também é um policial, usou seu cacetete para bater nos missionários.
Quando os agressores finalmente foram embora, as missionárias buscaram refúgio na igreja filiada à GFA naquela área. As notícias do ataque, incluindo fotos das mulheres feridas e dos pastores, foram publicadas no jornal local.
Haryana é um dos Estados menos evangelizados da Índia, e as quatros mulheres têm enfrentado firme oposição desde que começaram a ministrar às pessoas dali há mais de um ano. Entre os agressores havia representantes de três diferentes grupos fundamentalistas, todos ligados ao Sangh Parivar, um grupo de organizações que promovem a filosofia hindutva, ou nacionalismo hindu.
Ideologia crescente
Essas organizações fazem parte de uma crescente ideologia da supremacia hindu, que tem como meta uma nação puramente hindu. "Ser indiano é ser hindu", declara seu dogma. Os que abraçam essa filosofia fazem parte de um pequeno, mas poderoso grupo de extremistas que tentam controlar os dalits ("intocáveis") e as majoritárias castas inferiores para seu próprio ganho.
"Quando olhamos para a história da raça humana, vemos que isso não é uma ocorrência incomum", disse Yohannan em um comentário anterior. "Em países comunistas, não são as massas, mas a minoria que abraça a ideologia totalitária. Sem Cristo, o coração humano nunca muda - é sempre a sede de poder."
Ele prossegue: "O talibã usa a força para exercer cinco anos de estrito controle sobre toda a nação paquistanesa. E isso é exatamente o que está acontecendo na Índia - uma minoria radical está tentando 'hinduizar' uma nação de mais de um bilhão de pessoas. Esse tipo de pensamento leva à limpeza étnica, como a que se viu em Ruanda e na Bósnia - e também de uma forma moderada no Estado de Gujarat".
Os três grupos representados no ataque incluem o Rashtriya Swayamsevak Sangh (Corpo Nacional de Voluntários), também conhecido como RSS, a força paramilitar do Sangh Parivar; o Vishwa Hindu Parishad (Conselho Mundial Hindu), ou VHP, o braço de mobilização cultural do grupo; e o Bajrang Dal, a facção jovem da milícia, conhecida por sua violência.
O Sangh Parivar tem também um partido político, o Barantya Janata, ou BJP, que indica candidatos políticos, muitos dos quais têm sido eleitos e agora atuam em vários escritórios nacionais, estaduais e locais em todo o país.
Os líderes da GFA pedem orações pela recuperação e segurança das missionárias envolvidas no ataque, que continuam a compartilhar o evangelho em Haryana. Eles também orações pelos fundamentalistas que promoveram as agressões, para que eles possam conhecer Jesus como seu Salvador e abandonem a filosofia hindutva.
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