Líderes eclesiásticos disseram que o padre católico Matthew Gajere e outros 50 cristãos foram mortos em 18 de fevereiro, quando extremistas muçulmanos, irritados com as charges do profeta Maomé, publicadas na Europa, queimaram 31 igrejas em Maiduguri, estado de Borno,e em Katsina, capital do estado de mesmo nome.
O Secretariado Católico da Nigéria (CSN) disse que o padre Matthew Gajere, da igreja de Santa Rita, em Maiduguri, foi assassinado e queimado em seu apartamento. O CSN também confirmou que rebeldes muçulmanos incendiaram a casa do bispo da diocese de Maidiguri, no estado nordeste de Borno. Katsina está na região centro-norte da Nigéria.
A polícia disse que somente 17 pessoas morreram nos ataques, líderes cristãos, entretanto, insistiram em que 51 cristãos foram mortos pelos muçulmanos. Como resultado dos ataques, não foram realizados os serviços religiosos em Maiduguri no domingo.
Em ambas as cidades do norte da Nigéria, manifestantes muçulmanos inicialmente se reuniram para ouvir a denúncia de líderes islâmicos sobre as charges de Maomé e a reivindicação de punição para os responsáveis. Porém, resolveram atacar cristãos e queimar suas igrejas.
Em Maiduguri, Mohammed Abubakar, comissário de polícia do estado de Borno, confirmou as mortes do dia anterior (19 de Fevereiro) numa entrevista à imprensa.
"Nós prendemos 114 pessoas ligadas aos ataques", disse o policial.
Algumas das igrejas incendiadas em Maiduguri, incluindo a Igreja Católica de Santa Maria, Igreja Católica de Santa Rita, Igreja Católica de Santo Agostinho, Igreja "Fé Viva", Igreja de Cristo na Nigéria (COCIN), e a Igreja dos Irmãos na Nigéria (EN), entre outras.
"Perdemos tudo, exceto o convento ", disse o padre Felix Usman, líder da paróquia da Igreja de Santo Agostinho. Quando ele viu os muçulmanos tentando incendiar a igreja, chamou a polícia, mas disseram a ele que "não havia nenhum homem na região.
Matthew Nom, presidente do conselho laico da Igreja Católica de Santa Maria em Maiduguri, disse que, além do prédio da igreja ter sido queimado, a livraria, a locadora de vídeos, os computadores e outros bens da Igreja Católica Romana, foram também destruídos.
"Como cristãos, sempre permaneceremos pacíficos e calmos diante dessas provocações dos muçulmanos da Nigéria", Nom disse, acrescentando, que "nós não temos nenhum plano de retaliação".
Alhaji Ali Modu Sheriff, governador de Borno, afirmou no rádio e na televisão, que foi imposto um toque de recolher na região, o qual vai do pôr do sol ao nascer do sol. Ele ainda organizou um comitê administrativo a fim de determinar as causas das crises. Os 11 integrantes têm 14 dias para apresentar seus relatórios.
Tumulto em Katsina
No tumulto em Katsina, uma pessoa foi morta, enquanto dois policiais e alguns cristãos foram feridos em ataques muçulmanos às igrejas. A polícia do estado de Katsina disse que foram presas 23 pessoas suspeitas de ligação com os ataques aos cristãos e suas igrejas.
O representante da polícia do Estado de Katsina, Murtala Muhammed Abbas, confirmou o assassinato de uma pessoa. Abbas disse aos jornalistas que um membro da Coalizão da Associação Islâmica havia informado à polícia sobre o protesto, mas que as autoridades não estavam cientes de que cristãos seriam os alvos.
Haz Iwendi, oficial de relações públicas da polícia nigeriana, confirmou a morte de 17 pessoas nas cidades do norte, incluindo o padre Gajere, em Maiduguri. Em 19 de fevereiro, em Abuja, Iwendi disse aos jornalistas: "Nós podemos confirmar que 17 pessoas foram mortas e que 30 igrejas e 5 hotéis foram queimados".
O ministro de Informações da Nigéria, Frank Nweke, chamando de "lamentáveis" os protestos, confirmou o envio de representantes militares e da polícia nas duas cidades.
"Estamos satisfeitos pelas agências de segurança já estarem em ação e pela situação já estar sob controle", disse Nweke. " O governo federal, ainda que não negue a qualquer grupo o direito de defender sua fé e religião, acredita que certas atitudes, como queimar igrejas e tudo mais, não é a melhor forma de fazê-lo".
Um jornal dinamarquês publicou pela primeira vez, em setembro de 2005, as charges controversas. Mas, protestos contra as charges, uma das quais retratava Maomé usando um turbante em forma de bomba, aumentaram, nas últimas semanas, após muitos outros periódicos na Europa republicarem as charges. Muçulmanos consideram blasfêmia representações de Maomé.
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