Cheper Annaniyazova, uma devota hare krishna, sentenciada em 17 de novembro a sete anos de prisão, foi transferida no fim do mesmo mês para a única prisão feminina do Turcomenistão, na cidade de Dashoguz, ao norte, perto da fronteira com o Uzbequistão. Uma fonte disse ao Forum 18 que "lá é bem longe de sua casa, na capital Ashgabad, e isso atrapalha as pessoas de irem visitá-la. Além disso, fica em uma zona da fronteira que é fechada, e quem quiser ir até lá vai precisar de uma permissão especial".
Cheper, uma das primeiras pessoas no Turcomenistão a se tornar uma devota hare krishna, recebeu três acusações, duas ligadas à transposição ilegal da fronteira há três anos, quando ela foi ao Cazaquistão para viver no templo hare krishna em Almaty. A terceira acusação não foi, segundo algumas fontes, publicada no julgamento. A decisão extra, imposta na época da acusação, também não foi publicada, embora a sentença que ela recebeu exceda à pena máxima possível por atravessar ilegalmente a fronteira. Sabe-se que, no Turcomenistão, são decretadas sentenças pesadas por pedido da polícia secreta do Ministério de Segurança do Estado, a fim de intimidar a comunidade hare krishna.
Fontes turcomanas disseram ao Forum 18 que a promotoria afirmou que Cheper atravessou secretamente a fronteira. Mas os promotores se recusam a reconhecer que a mulher, em sua viagem de volta, de Almaty no Cazaquistão para a capital turcomana Ashgabad, veio usando o seu nome verdadeiro. A corte também não quer reconhecer a evidência de seus documentos nem o certificado de uma multa cobrada na saída do Cazaquistão pela polícia, por exceder o limite de permanência no país sem documentação.
O Turcomenistão não dá permissão para que religiosos deixem o país. No momento ele está barrando dois protestantes e outro devoto hare krishna.
De acordo com algumas fontes, o juiz de Ashgabad se recusou a dar para o advogado de Cheper uma cópia do veredicto escrito, nem mesmo deixou que o advogado o lesse. Isso impossibilita Cheper de apelar contra o veredicto, já que o apelo deve ser apresentado dentro de dez dias depois que o veredicto é apresentado no tribunal. Para Cheper, esse período expirou no dia 27 de novembro. Uma fonte disse ao Forum 18 que a recusa do juiz em apresentar a cópia escrita foi uma medida deliberada para evitar qualquer apelo. No entanto, negar veredictos é comum no Turcomenistão.
Cheper é atualmente a segunda prisioneira de consciência do Turcomenistão. O ex-chefe mufti Nasrullah ibn Ibadullah cumpre uma sentença de 22 anos sob acusações que o governo também se recusa a publicar.
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