Le Thi Hong Lien, a única mulher entre os seis trabalhadores da igreja menonita sentenciados à prisão no Vietnã, está hospitalizada por ter "doença mental", de acordo com oficiais da prisão.
Com apenas 21 anos de idade, Le tem sido uma zelosa trabalhadora da igreja há algum tempo, especializada em ensinar a bíblia para crianças pequenas. Ela foi presa no dia 30 de junho, quase três meses depois do incidente de 2 de março, envolvendo os cinco homens, que foram presos antes, e julgados com ela.
Le e os outros foram acusados de "resistência a pessoas que faziam seu trabalho oficial", um crime civil. Aqueles próximos à situação dizem que as acusações e o julgamento foram um artifício para tomarem o rev. Nguyen Hong Quang, um líder declarado da Igreja Menonita do Vietnã, fora de circulação. Nguyen tem ativamente feito campanhas contra abusos de liberdade religiosa e de direitos humanos.
Contrariamente à lei vietnamita, para Le não foram permitidas visitas familiares durante os primeiros dois meses de sua prisão. Os parentes dela foram avisados de que era assim porque ela estava "muito teimosa" e não admitia seu "crime".
Durante o julgamento do dia 12 de novembro, tomaram conhecimento que ela havia estado numa greve de fome nos 9 dias anteriores ao julgamento. Ela apareceu muito magra e mau. Seu advogado revelou que ele havia se encontrado com ela antes do julgamento, na enfermaria da prisão.
Nguyen, tido no julgamento como o "chefe" do grupo, ficou tão alarmado com a aparência de Le que pediu à corte para levá-la imediatamente para um exame médico, dizendo que ela apresentava "sinais claros de severa fraqueza e estresse mental". O juiz recusou, mas concordou que ela permanecesse sentada até nas vezes em que a convenção da corte requer que os prisioneiros fiquem em pé.
Os pais de Le, preocupados com ela, foram visitá-la na segunda-feira depois do julgamento de sexta-feira, de acordo com um horário aprovado para visitantes. Entretanto, lhes disseram que ela estava na enfermaria da prisão e que poderiam voltar no dia seguinte.
Quando eles voltaram no dia seguinte, dia 16 de novembro, fizeram-nos esperar por diversas horas antes de serem admitidos na prisão. Uma vez lá dentro, lhes disseram que não poderiam ver a filha porque ela havia sido removida para um hospital externo. As autoridades recusaram-se a lhes contar onde ela estava, mas disseram que a filha deles "tinha uma doença mental".
Havia suspeitas de que ela estava sendo maltratada. Agora, determinada a sua enfermidade na corte, a dura sentença e sua hospitalização, seus pais escreveram e assinaram um relatório no qual eles afirmam que: "durante seu tempo na prisão, nossa filha foi abusada e espancada seriamente - a ponto de isso ter causado fortes efeitos negativos em suas condições física e mental".
Os pais de Le não levantaram o caso mais cedo porque esperavam que ela fosse ser libertada com o tempo já servido na prisão.
Os membros da família confirmaram que pelo menos dois dos quatro homens presos em março foram cruelmente espancados pela polícia. Acredita-se que um deles, o evangelista Pham Ngoc Thach, tenha aceitado injustiças de ameaça de morte.
A mãe de outro prisioneiro também descobriu, no dia 16 de novembro, que seu filho, ancião da igreja menonita, Nguyen Hieu Nghia, estava na enfermaria da prisão com febre alta. Dos seis prisioneiros, Nghia é considerado o mais vulnerável a pressões e abusos.
Uma reportagem da Agência de Notícias do Vietnã, datada do dia 13 de novembro, afirma: "a lista de jurados do julgamento declarou que o crime cometido por Nguyen e seus associados foi sério, causando caos e desordem social, e questionando o domínio da lei".
The People's Daily da mesma data disse: "as ações de Nguyen e de seus cúmplices causou um impacto negativo em uma sociedade organizada e segura".
Uma fonte de Compass, familiar ao caso, observou: "'domínio da lei' e 'sociedade segura' são as últimas palavras que vêm à mente quando se observa como as autoridades do Vietnã maltratam inocentes trabalhadores da igreja, incluindo uma jovem mulher".
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