Um homem que foi mantido preso durante 24 anos, de forma injusta, acaba de se tornar pastor evangélico e está compartilhando seu testemunho.
Darryl Burton, 54 anos, voltou à mídia norte-americana na última semana. Seu caso já é conhecido por lá, pois ele cumpriu a sentença de um crime que não cometeu. Ele foi acusado de ter assassinado um homem na cidade de Saint Louis, e duas testemunhas o responsabilizaram pelo crime, em 1985.
Mesmo alegando inocência, Burton foi condenado e passou anos escrevendo mais de 700 cartas a advogados, ativistas, parlamentares e outros, em busca de ajuda. Em determinado momento, a Centurion Ministries resolveu investigar seu caso e abriu uma batalha jurídica.
Ao longo de oito anos a entidade se manteve apoiando Burton, até que em 2008 um juiz revisou a condenação e admitiu que o processo e o julgamento haviam cometido falhas graves, e anulou a sentença.
“Durante os primeiros 15 anos [de prisão] fiquei tentando fazer tudo com minhas próprias forças… Eu tentei tudo, até que pedi ‘Jesus, se você é real, mostre-me. Se você me ajudar, vou segui-lo e falar a todo mundo sobre você’”, contou Burton, em entrevista ao Christian Post.
Na infância, Burton foi criado em um lar evangélico, pois sua família frequentava uma Igreja Batista, mas na adolescência seguiu seus próprios instintos. Na prisão, conheceu um detento que ele descreveu como alguém com “um compromisso sério com Cristo”, e esse homem o “perseguiu” durante sete anos, falando sobre o Evangelho e dizendo que estava orando por ele.
Ao longo dos 24 anos em que esteve preso, Burton recebeu apoio de diversas igrejas que desenvolvem trabalhos no sistema carcerário dos Estados Unidos.
Agora livre, Burton diz que vê semelhanças entre sua história e a de José no Egito: “Acho que Deus usou a situação da mesma maneira como José foi jogado na prisão e maltratado por seus irmãos. O que o homem tentou para o mal, Deus usou para o bem. É assim que eu vejo as coisas. Eu nunca culpei a Deus. Deus não me jogou lá”.
Ao sair da cadeia, Burton não queria saber de ser pastor, mas em 2012 se matriculou na Escola de Teologia Saint Paul, e paralelamente frequentava aulas para concluir o Ensino Médio. Em dezembro de 2015 ele se formou no seminário, e agora trabalha como um “pastor auxiliar” na Ressurrection Church, uma megaigreja de tradição metodista com 22 mil membros em Leawood, no estado do Kansas.
A ideia do pastor é desenvolver um ministério voltado ao apoio a detentos e também na prevenção, para evitar que jovens entrem no mundo do crime.
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