Em abril de 2015, um grupo radical extremista islâmico da Somália, Al-Shabaab, invadiu a Universidade de Garissa, deixando 147 mortos e dezenas de feridos. Segundo relatos, os radicais perguntavam quem eram os cristãos e, em seguida, os matavam. Até hoje, as famílias continuam em luto, os funcionários que tiveram que recolher os corpos e fazer a limpeza ainda estão traumatizados. A escola só foi reaberta em janeiro deste ano. Na ocasião, igrejas também foram atacadas, pastores perderam suas vidas, outros foram perseguidos e baleados. Por conta desse cenário, a Portas Abertas preparou uma equipe com membros de 11 nacionalidades diferentes, para levar aos quenianos um pouco de consolo, encorajamento e ajuda para o fortalecimento da fé deles, apesar de tudo.
O maior desafio, segundo um dos membros da equipe, foi escolher as palavras de conforto para as pessoas enlutadas. "O que eu poderia dizer para elas num momento tão triste? Sabemos que o ministério de presença é muito importante, é o encontro da igreja livre com a igreja perseguida, mas não é fácil saber qual mensagem o Senhor quer oferecer para quem está sofrendo tanto", comenta ele. O Quênia é um país de maioria cristã, na Classificação da Perseguição Religiosa ele está na 16ª posição. Cresceu em relação ao ano de 2015, especialmente pelos ataques extremistas na região de Garissa, onde há uma influência muito grande do país fronteiriço que é a Somália.
"Segundo John, um líder cristão queniano e parceiro, que acompanhou e protegeu a equipe durante a visita, a nossa simples presença já era motivo de encorajamento, e os ajudou a saber que não estão sozinhos", disse outro membro da equipe. A Portas Abertas também visitou as igrejas atacadas, os familiares dos estudantes e de outras vítimas. "Nós nos dividimos em 11 grupos para realizar o trabalho de visitação e para falar às igrejas, levando uma mensagem a todos os cristãos perseguidos", explicou o colaborador. John, que já participou de vários treinamentos, entre eles o "Permanecendo Firme Através da Tempestade", fez questão de mostrar como sua igreja era grande, com mais de 200 pessoas, dizendo: "O trabalho de vocês não é em vão. Isso tudo é resultado do treinamento e do investimento que a Portas Abertas faz na vida das pessoas que são salvas por Cristo".
A equipe presente no Quênia representou a igreja brasileira e os 30 mil parceiros que oram, agem e contribuem para que aqueles irmãos permaneçam firmes na fé. "Os cristãos quenianos são muito corajosos e desejam testemunhar o Evangelho naquele país, apesar de tantas dificuldades e barreiras que encontram. A fé deles permaneceu intacta, mesmo com tudo o que viveram nos últimos meses", comentou outro membro. Segundo a equipe, o incidente certamente abalou aqueles cristãos, mas por outro lado, os uniu ainda mais como Corpo de Cristo, e assim eles fortalecem uns aos outros. John finaliza com um pedido: "Continuem orando por nós e continuem nos apoiando para que possamos perseverar e continuar a sermos verdadeiros cristãos nessa região. O investimento que cada um faz através da Portas Abertas tem mudado a vida de muitos quenianos, que nascem para Cristo, florescem e dão seus frutos. Nós somos gratos, de todo nosso coração".
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