A violência continuou na cidade de Borno e no estado Adamawa, na Nigéria. Além da fome e da sede, os refugiados estão expostos a doenças e precisam lidar com o trauma e desânimo. A recente visita da Portas Abertas para os refugiados cristãos foi uma boa oportunidade para lembrá-los de que eles não estão esquecidos.
Com fome, com sede e traumatizados – foi assim que os colaboradores da Portas Abertas descreveram os cristãos deslocados perto de Mokolo, no extremo norte de Camarões. Eles fugiram da violência do Boko Haram que se espalhou da Nigéria até Camarões.
Nossa primeira visita aos camaronenses deslocados aconteceu pouco depois de eles terem sido forçados a fugir de suas vilas. "Quase todo mundo estava em pânico", disse André*. "Pessoas fugiram de uma cidade para a outra a pé.” Até André teve de fazer a jornada à pé. O uso de motos foi proibido porque o Boko Haram as usa para ataques.
André encontrou pessoas espalhadas pelo chão dos escritórios da administração distrital. Algumas estavam apenas sentadas olhando para o espaço, enquanto outras tentavam descansar. Muitas delas estavam sem comida por três dias.
André avaliou as necessidades dos cristãos, mostrou a eles solidariedade e encorajou-os na fé. Mas as coisas não funcionavam tão rápido quanto ele esperava. A atmosfera era muito tensa, e a autoridades não permitiram que ele visitasse os cristãos. Grato, ele pôde falar para os cinco pastores que cuidavam dos cristãos deslocados. Eles disseram a André que os moradores tinham fugido sob circunstâncias desesperadas.
Os insurgentes destruíram vilas e esvaziaram as casas. Cristãos eram especialmente tachados. Pelo menos três cristãos morrem em Assigashyia e Mouldougoua. Os rebeldes ocuparam a cidade, queimaram as casas dos cristãos que estavam escondidos aqui e, os expulsaram. Eles também esvaziaram igrejas e destruíram todos os pertences e equipamentos.
A igreja local foi rápida para ajudar os cristãos deslocados com quanta comida eles puderam arrecadar. Alguns dias atrás nós soubemos novamente que algumas das famílias nigerianas nesse grupo tinham voltado para casa apesar do perigo, porque elas não podiam simplesmente lidar com as despesas dessas circunstâncias.
Nós tentamos trazer um pouco de alegria apesar da tristeza que havia, encorajando-os na fé e os lembrando de que eles não estão sozinhos. “Nós os reunimos na igreja e demos a eles uma palavra de encorajamento. Eu pedi a eles que dissessem à pessoa que estava à sua esquerda para não desistir apesar das dificuldades. Isso tirou pelo menos alguns sorrisos. Nós demos as mãos e então oramos por eles”, compartilha um dos membros da equipe.
Ichako* agradeceu aos seus hóspedes e à Portas Abertas em nome dos cristãos deslocados. “Atrás dessas montanhas eles expulsaram todos porque eles queriam nos converter ao islamismo, mas nós rejeitamos. Foi muito difícil deixar nossas casas, tudo que tínhamos... Nós agradecemos aos irmãos aqui que nos deram um lugar para viver e nós agradecemos por terem vindo nos visitar e nos confortar.
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