A Portas Abertas, acreditando na possibilidade de um grande risco de violência após a decisão do referendo, apela à comunidade internacional para que reconheça oficialmente o documento ou facilite a votação de outro referendo sobre o futuro de Abyei. É de extrema importância assegurar a paz e a justiça às pessoas que foram deixadas no limbo por muito tempo. A Portas Abertas concorda com a comunidade Ngok Dinka, de Abyei, e entende que deve ajudá-los a esclarecer as regras do direito internacional.
O Acordo Abrangente de Paz (CPA, sigla em inglês) de 2005, pôs fim a décadas de Guerra Civil entre o Sudão do Norte, dominado pelos muçulmanos, e o Sudão do Sul, predominantemente cristão e animista. Além disso, determinou que um referendo em maio ou junho de 2011 deveria decidir o futuro de Abyei. Mas, uma disputa sobre quem poderia participar no referendo, provocou diversos adiamentos.
O CPA estabeleceu o direito à autodeterminação aos membros das nove tribos Ngok Dinka, de maioria cristã, e a outros residentes na região de Abyei, garantindo direitos de pastagem sazonal tradicional e de travessia pela região de Abyei à tribo Misseriya, de maioria muçulmana, e a outras tribos nômades vizinhas.
Em 2009, o Tribunal Permanente de Arbitragem redefiniu Abyei como a terra das nove tribos Ngok Dinka, e, em abril de 2012, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (AUPSC, sigla em inglês) adotou um roteiro abrangente que foi endossado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC, sigla em inglês). O Painel de Auto Nível da União Africana (AUHIP), em 21 de setembro de 2012, emitiu uma proposta sobre o estatuto final de Abyei, que foi aceita pelo AUPSC como uma solução justa, reta e viável para a questão de Abyei.
Por parte do Sudão, houve uma resistência continuada contra as resoluções da União Africana (AU, sigla em inglês) e das Nações Unidas. Rejeitaram o refendo da região de Abyei, previsto para 9 de janeiro de 2011 e a Proposta do AUHIP de setembro de 2012 sobre o estatuto final de Abyei; e se recusaram a compartilhar a renda do petróleo, tal como estabelecido no CPA . Rejeitaram também o regulamento internacional do Tribunal Permanente de Arbitragem (PCA) depois de tê-lo aceitado inicialmente. Houve diversas reuniões entre os presidentes do Sudão e do Sudão do Sul, mas foram improdutivas.
O governo do Sudão foi acusado de apoiar as forças que, por três vezes, incendiaram Abyei por completo, eliminando mais de 80 mil pessoas. Além disso, o governo também foi acusado de apoiar a milícia que assassinou o chefe supremo Ngok Dinka, Kuol Deng Kuol, em maio deste ano em um comboio das Nações Unidas, e diante da Força de Segurança Provisória das Nações Unidas em Abyei (UNISFA, sigla em inglês).
"Pedimos aos cristãos ao redor do mundo que orem pelo povo resiliente de Abyei. Embora eles possam parecer pessoas reivindicadoras por causa do referendo, acreditamos que esse processo prosseguiu para permitir uma votação desse tipo. Eles sofreram muitíssimo em diversas ondas de violência, que visavam persegui-los na região. Apesar disso, eles sempre retornam para enfrentar as dificuldades da vida em aldeias destruídas, determinados a serem reconhecidos como os habitantes legítimos de Abyei. Oremos nesse sentido, eles que têm se esforçado durante muitos anos", comentou o diretor da Portas Abertas na África.
Pedidos de oração
Ore para que não haja violência após o referendo.
Interceda para que a comunidade internacional reconheça o referendo ou, então, organize outro referendo oficial.
Peça ao Senhor pela Igreja em Abyei. A Portas Abertas tem tido um contato estreito com as igrejas da região e as tem socorrido.
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