Porta dos Fundos ridiculariza Ceia em novo vídeo
“Pão Nosso” ridiculariza a fé
O Brasil possui uma grande variedade de denominações religiosas. Cada uma detém características únicas e singulares mas no final das contas todas disputam por influência e pela salvação dos fiéis. Portanto, nesse mercado religioso cada vez mais concorrido, sobrevive aquela que destaca-se dos seus competidores e oferece ao fiel uma salvação completa, diferenciada e com duas guarnições à sua escolha.
Este é o texto de apresentação do novo esquete do grupo Porta dos Fundos: “Pão Nosso”. Religião é um tema recorrente do canal, sendo o segundo este mês. O primeiro foi lançado dia 3, com o título de “Defesa pessoal”, o material usa a figura de um pastor (que fala como o bispo Edir Macedo) dando uma aula de “defesa pessoal cristã”. Baseado no princípio cristão de “oferecer a outra face”, ao longo dos três minutos e meio do material em questão, ridiculariza quem tem fé.
Em “Pão Nosso”, que foi publicado na segunda (28), Gregório Duvivier interpreta Isaías, o dono de uma padaria que está prestes a ser autuado por sonegação de impostos pela Receita Federal e tenta convencer o fiscal que, na verdade, o espaço é uma igreja.
Ao entrar no local, o fiscal (Luis Lobianco) quer aplicar uma multa de 320 mil reais e fechar a padaria. Isaías se defende, afirmando que a razão social do estabelecimento é “Igreja Universal do Pão em Cristo”. A seguir, explica que não vende nada. Os preços são as doações sugeridas para a igreja e que existe um “brinde” correspondente. Vai listando então as opções: Pão doce de Deus (R$ 1,20), kibe abençoado (R$2,50), ciabata cristã e refresco abençoado (R$ 4,50) e o almoço abençoado (R$ 13,20).
Ao vender o prato do dia, Frango Benzido, Isaías faz uma oração pelo alimento diante da cliente. O problema é que o tom de voz utilizada é o mesmo que Duviver usou para imitar Edir Macedo em outros vídeos (o nome da padaria também lembra a IURD). Não bastasse isso, sua oração remete ao “corpo de Cristo”, remetendo ao que os pastores (e padre) fazem normalmente antes de servir a ceia aos fiéis nas igrejas cristãs. Justifica-se ao fiscal, dizendo que aquilo lembra que Cristo morreu pelos nossos pecados.
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“Pão Nosso” já tem quase 800 mil visualizações. A maioria dos vídeos do Porta dos Fundos chega a ter 2,5 milhões e alguns já passam de 5 milhões. O canal do Youtube acumula uma série de polêmicas por causa dos vídeos cujo assunto é religião. Neste caso, eles fazem uma menção velada às críticas que recebem toda vez que tocam num tema que fira os cristãos. Ano passado se envolveu em uma polêmica grande com o pastor Marco Feliciano e sofreu ameaça de processo justamente por “escarnecer de objeto de culto religioso” (a qual Duvivier lembra no vídeo que dá cadeia)
Até o momento, passam de 3 mil comentários no Youtube e como de costume as opiniões se dividem. Alguns afirmam que o vídeo reflete o que fazem as igrejas, mas a maioria parece rejeitar esse tipo de humor. Como já aconteceu em outros vídeos, pessoas denunciam o material como abusivo, o que pode tirar o material do ar.
O usuário Vitor Mateus foi enfático no comentário “Zombam do cristianismo de forma grosseira ao comparar o Corpo de Cristo com um frango, promovendo a discórdia entre os cristãos, pois Cristo é uma figura de respeito e adoração aos cristãos e sagrado! E impede de que indivíduos sem conhecimento acreditem que toda as religiões cristãs são abusivas e mercados da fé! Humor mentiroso e esdrúxulo!(sic)”
Já Jr. Oliver avisa: “Perderam um fã. Não vou mais assistir vocês… mexer com a fé das pessoas é diabólico”. Por sua vez, Weslley Oliveira dispara “Estão cada vez mais sem criatividade mesmo, esses vídeos de engraçados estão ficando vergonhosos, não sabem mais fazer comédia sem zoar religião? Lixo! (sic)”.
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