A polícia invadiu o terreno onde ficam a igreja menonita do Vietnã e a casa do pastor Nguyen Hong Quang às 8h20 da manhã de ontem (horário local, 23h20 do dia 8 de janeiro no horário de São Paulo). Ela interrompeu uma reunião de oração e deteve 17 pessoas, incluindo o filho e a sogra do pastor.
Todos foram libertados às 17 horas (8 horas, horário de São Paulo) - depois que as autoridades demoliram parte da igreja e da casa da família.
O pastor Quang e sua esposa não foram detidos. As 17 pessoas atenderam à ordem das autoridades de parar a reunião de oração e saíram do edifício, mas mesmo assim elas foram levadas sob a custódia da polícia e detidas na delegacia do Departamento de Binh Khanh, distrito 2.
Entre os detidos estavam a mãe da esposa do pastor Quang; Huy, o filho do pastor, de 12 anos de idade; outro menino chamado Truc, da mesma idade; e uma mulher chamada Thuong, grávida de cinco meses. Os cristãos disseram que algumas das mulheres foram cruelmente agarradas pelos cabelos, algumas pessoas foram agredidas, recebendo até tapas no rosto.
Na delegacia, os policiais levaram os dois garotos a uma sala separada. Lá, eles gritaram com os meninos e os ameaçaram.
Todos os edifícios daquela região foram construídos irregularmente, sem as licenças adequadas, a mais de 20 anos. Mas o governo escolheu a muito tempo fiscalizar seletivamente o terreno da igreja menonita e da casa do pastor por causa do ativismo político do pastor Quang.
A polícia fez acusações contra os detidos e exigiu que todos eles explicassem por escrito o que faziam na igreja menonia.
Depois que os 17 foram levados embora, um grande contingente da polícia isolou a rua e entrou na propriedade do templo para "aplicar a lei". Eles demoliram um andar do prédio em cima da sala de reuniões e a cozinha e o banheiro que ficam nos fundos do terreno.
Ameaça de vingança
Em julho de 2005, logo antes de o pastor Quang ser libertado da prisão, as autoridades derrubaram da mesma forma o andar superior e o telheiro por causa de suposta violação de uma autorização de construção. A destruição danificou a estrutura do prédio.
As autoridades não abriram mão de seus requisitos mesmo quando a questão da licença para construir foi contestada. Mas, de qualquer forma, o pastor Quang reconstruiu e fortaleceu as partes demolidas no ano passado. As autoridades não fizeram nada para impedir a construção. Mesmo quando o pastor se tornou ativo, fazendo protestos contra atividades políticas - no Movimento de Democracia 8406 e na Aliança pela Democracia e Direitos Humanos - o governo o deixou em paz.
Alguns acreditam que oficiais de maiores escalões alertaram as autoridades locais para não perturbarem os menonitas com a chegada da importante Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em novembro passado e com a decisão dos EUA de retirar o Vietnã da lista dos piores violadores da liberdade religiosa do mundo. O Departamento de Estado dos EUA removeu o Vietnã dessa "lista negra" em 13 de novembro e o país foi recompensado com o livre comércio com os Estado Unidos, permitindo assim um acesso total à Organização Mundial de Comércio.
Os líderes de igreja doméstica relataram à agência de notícias Compass que, em outubro último, as autoridades lhes disseram que se vingariam do pastor Quang no começo de 2007, logo depois que os eventos internacionais tivessem passado.
"Enquanto as autoridades usam as licenças de construção para 'tapar o sol com a peneira', a maioria das pessoas entende que essa foi a hora da vingança", disse um líder vietnamita da igreja.
Mesmo os líderes eclesiásticos que não aprovam o ativismo político do pastor Quang se disseram desapontados. Eles temem que essa nova demonstração de força mostre que o governo continua com suas más intenções em relação à comunidade cristã.
Outro líder cristão vietnamita supõe que a ação tenha sido um teste do governo para ver que tipo de apoio o pastor Quang e sua igreja recebem internacionalmente - igrejas e governos, amigos e os movimentos experimentais de democracia que ele tem apoiado.
Como o pastor Quang colocou na internet, semana passada, as ameaças do governo de realizar essa ação (a demolição), alguns vêem os atos de aplicação da lei como insolentes e grosseiros.
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