Recentemente, no Paquistão, um tribunal antiterrorismo condenou um cristão à morte por blasfêmia contra o islã. Anjum Sandhu, de 60 anos, havia procurado proteção policial, em maio de 2015, após ter sido vítima de chantagem e extorsão, mas os responsáveis já haviam prestado queixa contra ele, alegando blasfêmia. Em junho do mesmo ano, ele foi multado em 500 mil rúpias paquistanesas (4.775 dólares) e, em seguida, foi condenado. Javed Naz e Jafar Ali, os dois que ele tinha acusado de chantagem, também foram condenados à morte, mas primeiro deverão cumprir 35 anos de prisão. Cada um deles foi multado em 80 mil rúpias (764 dólares).
Sandhu é formado em Química, é mestre em Literatura Inglesa e também é um dos três diretores de oito filiais da Science Locus School Gujranwala (Escola de Ciências Locus Gujranwala). "Naz havia trabalhado na escola anteriormente e foi demitido por desviar documentos", disse Napoleão Qayyum, um ativista de direitos humanos. A história de extorsão foi confirmada pela polícia paquistanesa. Sandhu fez uma acusação justa, e sua sentença de morte se deu somente porque os criminosos disseram à polícia que, durante uma discussão entre eles, Sandhu "usou palavras de blasfêmia" e que eles tinham uma gravação como prova. Mas foi constatado que a voz na gravação "parece ser" a voz de Sandhu. Um parente próximo o defendeu dizendo que, suas escolas funcionam há 20 anos e que ele "nunca demonstrou qualquer inclinação para discutir religião".
Injustiça e perseguição
"Sandhu levou o caso até a polícia porque estava confiante de sua inocência, acreditando que a justiça agiria em seu favor, ele não imaginou que os próprios policiais criariam um problema maior para ele", observou Napoleão. Ele também comentou que as autoridades policiais não realizaram nenhuma investigação com os alunos da escola, nem consideraram testemunhas mais próximas de Sandhu. "O laboratório responsável por fazer o reconhecimento de voz mostrou-se totalmente incapacitado para isso, e até o juiz atribuiu o crime de blasfêmia contra ele", disse o ativista.
Lembrando que, no Paquistão, o governador de Punjab, Salmaan Taseer, também foi condenado à morte simplesmente por defender a cristã Asia Bibi, que continua presa por blasfêmia, confira na matéria Fanatismo religioso aumenta a onda de violência no país. Ambos os casos mostram que, por trás desses julgamentos existe uma tendência muito forte de perseguição religiosa. Mesmo que os cristãos estejam certos, para as autoridades paquistanesas eles estarão sempre errados por serem seguidores de Jesus. A Portas Abertas tem participado da vida dos cristãos paquistaneses perseguidos e tem colaborado de várias formas. Conheça o projeto "Investimento pra vida toda". Envolva-se com a igreja no Paquistão.
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