Para o padre Bernardo Cervellera -missionário e jornalista- os governos dos países onde há cristãos deveriam escutar o desejo dos fiéis deste credo de ter ao menos um mínimo de reciprocidade entre a liberdade que os muçulmanos da Arábia Saudita possuem no exterior e a liberdade que os cristãos deveriam ter na Arábia Saudita. O sacerdote do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (PIME) dirige a agência AsiaNews, que -junto a outros sites da internet- apoiou a campanha internacional graças à qual há pouco mais de um mês foi libertado Brian Sávio O"Connor, um cidadão indiano acusado, torturado e encarcerado em Riad por suposta evangelização cristã.
Após sua libertação, O"Connor alertou de que nas prisões sauditas há ainda muitos outros "Brian" esperando ajuda. Oito milhões de estrangeiros trabalham atualmente na Arábia Saudita, onde -como descreve o padre Cervellera- está permitida a expressão pública somente do islã e do islã Wahabita (pertencente a uma seita fundamentalista iniciada por Mohamed Ibnd Abdul Wuahab na Arábia Central, que interpreta o Alcorão de forma muito literal.) Até poucos anos atrás (na Arábia Saudita), para um cristão estava proibido rezar inclusive em particular.
Agora, ao contrário, por causa da pressão internacional, os príncipes sauditas deram permissão aos cristãos de orar ao menos em particular e de poder reunir-se desta forma, explicou nos microfones de Rádio Vaticano. Mas lamentavelmente -acrescentou- a polícia e grande parte da sociedade saudita não aceitam esta liberalização, pelo que os cristãos são presos. De fato, segundo o missionário do PIME, houve muitíssimos casos nestes anos de pessoas que foram detidas, torturadas e, sob pressão internacional libertadas, mas em todo caso expulsas.
Não se sabe bem o que ocorre nas prisões sauditas, mas Brian foi torturado durante horas, amarrado cabeça abaixo, espancado, recorda o padre Cervellera. Opina que não há que ter medo de denunciar esta situação, porque a Arábia, que entre outras coisas, é um país petrolífero, um país rico, não pode permitir-se tratar assim os estrangeiros, os quais o país aproveita pelo trabalho, sem permitir-lhes a liberdade de professar sua fé.
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