Os pastores foram detidos quando estavam carregando uma criança doente para uma clínica na aldeia Khabdaney, lugar que eles chegaram no dia anterior para realizar um seminário de três dias para 30 cristãos que vieram de cidades vizinhas.
Ainda não há informações sobre as acusações formais do gabinete do procurador-geral. Entretanto, as famílias de Wangyal e Thapa (também conhecido por David Lobzang), pediram para que "as orações continuassem" em favor dos pastores, no período que antecedeu à audiência de 5 de maio no tribunal.
Butão é um país de maioria budista com mais de 733 mil pessoas. A transição para uma monarquia constitucional democrática em 2008 aconteceu depois de um século de monarquia absoluta. A Constituição do Butão afirma na Seção 4, artigo 7º que "os cidadãos têm o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião", e acrescenta: "ninguém será obrigado a pertencer a outra fé por meio de coerção ou indução", também conhecido como proselitismo.
Os policiais disseram que não encontraram nenhuma prova de que os pastores tinham forçado os cristãos a se converter ao cristianismo, eliminando a possibilidade de acusações de proselitismo depois de questionar diversas vezes os 30 cristãos que participaram da reunião de três dias, e que os pastores tinham sido convidados para falar.
O ministro do Butão, Damcho Dorji, disse ao jornal Business Bhutan que a religião não desempenhou nenhum papel no caso dos pastores presos. "Eles não tinham obtido permissão das autoridades locais", afirmou. "Este é um crime sob o Código Penal. Se você violar a lei, não importa se você é budista, hindu ou cristão."
Apesar da promessa descrita na Constituição de liberdade religiosa no país, a entidade máxima do Butão, que regula as organizações religiosas, Chhoedey Lhentshog, ainda tem que reconhecer o cristianismo como uma religião oficial, ao lado do budismo e hinduísmo. A Lei de Organizações Religiosas do Butão afirma que a existência de organizações religiosas é para a proteção do patrimônio espiritual budista do país.
De acordo com o CIA World Factbook, a população do Butão é 75 por cento budista, 22 por cento hindu. O restante inclui milhares de cristãos que não são legalmente reconhecidos.
O Butão está na 31ª posição da Classificação da Perseguição Religiosa, um rankinganual dos países onde a vida como cristão é mais difícil. Eles suportam as ameaças e pressões de chefes da aldeia e clérigos para retornar ao budismo. Podem orar e adorar em particular em suas casas, mas lutam para reunir-se em congregações e obter permissão oficial para a realização de cultos públicos.
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