O pastor cristão leigo, Hamid Pourmand, foi a julgamento diante de um tribunal militar, em Teerã, na semana passada, acusado de enganar as forças armadas iranianas sobre sua religião.
Foi a primeira vez que as autoridades iranianas apresentaram Hamid ao tribunal. Hamid, 47 anos, foi preso há cinco meses quando a polícia invadiu um congresso da igreja em Karaj, próximo de Teerã.
Embora os nove outros pastores e 76 leigos detidos com Hamid terem sido libertos dentro de alguns dias, o pastor leigo das Assembléias de Deus permanece sob detenção, incomunicável desde o dia 9 de setembro de 2004.
Parentes do pastor detido confirmaram à Compass, ontem, que a esposa de Hamid
teve permissão de vê-lo no dia do seu julgamento na justiça militar, realizado na última semana de janeiro.
Sua esposa, cristã assíria, também recebeu permissão do tribunal para visitar Hamid ontem, na prisão militar onde ele tem estado detido nos últimos cinco meses. O único contato prévio, anterior, foi um breve telefonema do pastor para sua esposa no fim de setembro, três semanas depois de sua detenção, a fim de assegurá-la que tudo estava bem.
Juntamente com sua esposa e seus dois filhos, Hamid estava vivendo em Bandar-i Bushehr, uma cidade portuária no Golfo Pérsico, no sul do Irã. Além das suas obrigações militares como coronel do exército, ele era o pastor leigo voluntário de uma pequena congregação das Assembléias de Deus na cidade.
Hamid converteu-se do Islamismo para o Cristianismo há, aproximadamente, 25 anos. Um pouco depois da revolução islâmica, as leis iranianas foram aprovadas para proibir não-muçulmanos a servirem como comandantes militares.
Porém, conforme sua família e conhecidos cristãos, Hamid nunca escondeu sua conversão religiosa. Ao contrário, ele era bastante estimado e respeitado por sua honestidade, contou um amigo à Compass.
Segundo informações obtidas, Hamid declarou no tribunal, na semana passada, que tinha provas documentadas, no formato de uma carta, que o exército sabia que ele tinha se tornado um cristão antes de ter recebido o posto de comandante.
Espera-se que, apesar do resultado das suas acusações enganosas diante do tribunal militar, Hamid agora seja, forçosamente, demitido do exército iraniano.
Durante o julgamento, na semana passada, o prisioneiro cristão recebeu a informação de que seria transferido de volta para Bandar-i Bushehr, onde enfrentará julgamento por duas acusações separadas de apostasia e de conversão.
Na audiência, os funcionários do tribunal declararam que por muitos anos Hamid pertenceu a uma igreja clandestina através da qual muitos muçulmanos desertaram o Islã e tornaram-se cristãos.
Ou ele será forçado a retornar para o Islã ou enfrentará um grande problema, observou uma fonte cristã iraniana.
A única religião teocrática mundial, a República Islâmica do Irã, mantém suas severas supressões nas igrejas evangélicas locais e em vários movimentos de igreja em casa, acusados de evangelizar muçulmanos.
Desde 1990, vários ex-muçulmanos que se converteram ao Cristianismo foram assassinados ou executados por ordem da justiça, sob o pretexto de acusações de espionagem para países estrangeiros.
Para a lei iraniana, a apostasia é especificada juntamente com assassinato, roubo armado, estupro e tráfico de drogas como um crime capital.
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