O corpo do pastor evangélico Sinval Barbosa Alves, de 46 anos, foi enterrado na tarde deste sábado (29/12/07), no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Ele foi morto ao ser atingido na cabeça, na noite de sexta-feira, na Favela do Dique, no Jardim América, na Zona Norte do Rio. Seus parentes acusam a polícia do crime. Em um outro episódio violento na noite de sexta, a menina Andrielly dos Santos Pereira Farias, de 7 anos, morreu após levar um tiro na cabeça, no Morro da Caixa D'água, em Quintino, também no subúrbio do Rio, quando saía de um culto evangélico com a família. O corpo da menina foi sepultado neste sábado.
Segundo informações da polícia, traficantes da mesma facção trocavam tiros numa disputa interna pelo controle da venda de drogas no Morro da Caixa D'água. A criança foi baleada e levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas morreu depois de uma cirurgia. Outras duas pessoas também foram baleadas. Maxwell Bruno Ribeiro Alves, de 18 anos, foi atingido no pé. Ele foi socorrido e já recebeu alta do hospital. O outro ferido ainda não foi identificado e permanece no Salgado Filho, sem correr risco de morrer.
A tia de Andrielly, a vendedora Jucimara Santos Mota, a família recebeu em casa a notícia de que a menina havia sido baleada.
– A Andrielly estava no culto, minha irmã estava em casa preparando o jantar. De repente, chamaram e disseram que a menina tinha sido baleada. Eles correram para o hospital. Chegaram lá e esperaram a operação. Ela não resistiu e morreu – afirmou a tia, em entrevista á rádio CBN.
Segundo a CBN, a Polícia Militar informou que não realizava operações no local na hora em que a menina foi atingida.
Pastor foi baleado em frente à igreja, quando conversava com jovens
O pastor evangélico Sinval Alves foi atingido por três tiros de fuzil no rosto, quando conversava com um grupo de jovens em frente a uma igreja dentro da Favela do Dique, de acordo com o presidente da Associação de Moradores da comunidade. Além dele, Daniele Fernandes, de 23 anos, foi atingida no joelho por uma bala perdida. O pastor parou para falar com os rapazes antes de iniciar o culto.
Moradores acusaram policiais do 16º BPM (Olaria) de terem feito os disparos que mataram o pastor. Segundo eles, não havia confronto com traficantes. Os policiais, no entanto, afirmam que foram recebidos a tiros por criminosos e que Sinval foi vítima de bala perdida. Sival chegou a ser levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos.
– Eu creio que tem que ter justiça, querendo ou não. A justiça vai ser feita. Era um trabalhador e pastor da igreja. Lá a comunidade inteira gostava dele – disse uma pessoa próxima ao pastor ao telejornal “RJTV”.
Um parente do pastor disse que ele foi baleado por um policial chamado de Predador, segundo a primeira edição do telejornal “RJTV”:
– Esse cara chamado Predador chegou e deu um tiro no pescoço, acho que pegou no maxilar dele, e ele ficou caído – contou o parente.
De acordo com o site G1, a assessoria da Polícia Militar disse que a bala que atingiu o pastor veio de um confronto entre policiais do 16º BPM (Olaria) com criminosos da região. De acordo com a ocorrência, PMs do batalhão faziam um patrulhamento de rotina quando avistaram os criminosos. Houve troca de tiros e os criminosos teriam fugido.
Logo após a morte do pastor, parentes e amigos dele começaram a fazer um protesto em frente ao Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Jardim América. Por volta das 20h, um grupo saiu da favela e incendiou dois ônibus que passavam pela Rua Franz Liszt. Ninguém ficou ferido no ataque.
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