BRASIL – A Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT) em São Paulo será marcada este ano por um tom político em favor da aprovação do PLC 122/06. Atualmente o projeto aguarda deliberação da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Para reforçar a pressão sobre os senadores, os organizadores da manifestação que acontece domingo, a partir do meio-dia, na avenida Paulista, pretendem levantar um clamor popular.
A parada, que reuniu 3,5 milhões de pessoas na última edição, vai protestar contra a interferência da religião nas decisões políticas e jurídicas do País. Uma das principais bandeiras levantadas pelo tema “Homofobia mata! Por um estado laico de fato” é a aprovação do Projeto de Lei 122/06, da Câmara dos Deputados.
“A Parada é política”, afirma o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT-SP), Alexandre Santos. “Existe também uma festa, mas o tom é político.”
O projeto criminaliza a homofobia e pune quem discriminar homossexuais em espaços públicos, privados, no ambiente de trabalho ou impedir a expressão de afetividade entre pessoas do mesmo sexo. Na prática, também criminaliza a pregação de trechos da Bíblia, do Alcorão e da Torá.
Alexandre Santos diz que a parada pode sensibilizar deputados e senadores para que assegurem os direitos dos gays. “O Congresso não pode ser confundido com o púlpito de uma igreja”, afirma ele. “A lei deve servir a crédulos e incrédulos. O Estado precisa ser o maior protetor dos nossos direitos.”
O PL 122/06 já foi aprovado na Câmara, mas teve a votação adiada no Senado na última quinta-feira (15 de maio) por pressão de líderes religiosos.
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