O padre Robert Krzywicki foi expulso depois de uma década trabalhando no país. "Há uma semana me disseram que meu visto não seria renovado e que eu deveria sair do país até o fim do ano", disse o padre no dia 22 de dezembro. O religioso atribui sua expulsão ao seu trabalho com os jovens da cidade de Borisov - jovens católicos ou não - e ao seu envolvimento com outras igrejas cristãs em eventos ecumênicos e humanitários. Outro padre também foi expulso com ele, os dois são polacos.
O padre Robert disse que as pessoas de sua paróquia em Borisov fizeram um abaixo-assinado, que já está agora em âmbito nacional, pedindo para as autoridades reverem sua decisão de não renovar o visto.
Dos 250 ou mais padres católicos em Belarus, mais da metade é estrangeira. A Igreja Católica é sofre muitas restrições quanto aos padres que convida, estando sujeitada a uma quota anual e sendo incapaz de transferi-los de uma paróquia a outra sem que o visto religioso seja cancelado e reemitido. Além disso, os trabalhadores religiosos estrangeiros não podem trabalhar na capital Minsk.
O Forum 18 soube que muitos outros padres que trabalharam na diocese de Minsk-Mogilev - uma vila perto da capital - também estão sendo expulsos. Eles já estavam em Belarus por uma década, mas nem eles nem a diocese estão contestando a decisão. A diocese de Minsk-Mogilev não comentou nada sobre o assunto.
"A igreja não quer um conflito com as autoridades", comentou o padre Robert. Ele disse que as autoridades permitiram que um novo padre da Polônia viesse a Belarus para ficar em seu lugar.
O padre disse que as autoridades se opuseram à sua atividade. "Eu cooperava com outras igrejas, incluindo a Batista, Pentecostal, Evangelho Pleno e Adventista, em reuniões de oração". Ele acrescentou que a Igreja Ortodoxa não tomava parte nesses eventos ecumênicos. O padre Robert disse que também era ativo em um fórum da cidade, que trabalhava com jovens e suas preocupações. "Não pedi autorização para fazer meu trabalho, mas eles estavam de olho em mim".
O padre disse que a sua expulsão lhe foi comunicada pelo vice-presidente do comitê de assuntos religiosos da região de Minsk. Mas ele acredita que a decisão foi tomada pelo gabinete central de assuntos religiosos.
Padre Robert, que fazia a missa em bielo-russo com sermões em russo, disse que as expulsões de padres estrangeiros que estavam há muito tempo no país impedem a igreja católica de ter um clérigo que entenda seus paroquianos. "Demora uns cinco anos para um padre de fora aprender a língua, a cultura e a situação", ele disse. "Quando um padre novo chega do exterior, ele não conhece nada disso".
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