A revista quinzenal Civiltà Cattolica, editada por padres jesuítas desde 1850 e publicação semi-oficial do Vaticano, dedicou parte de sua última edição para elogiar a “cultura hacker”, open source e wikis, dizendo que aqueles que estão dedicados à codificação, modificação de hardware e geração de conhecimento estão “em uma missão de Deus”.
O autor do artigo, o padre Antonio Spadaro, lembra da máxima de que “hackers constroem coisas e crackers as destroem” para estabelecer paralelos entre a ética hacker e os ensinamentos cristãos. “A filosofia hacker é descontraída mas comprometida, estimula a criatividade e ao compartilhamento, opondo-se aos modelos de controle, concorrência e propriedade privada”, observa.
Em seu texto o clérigo afirma que programar é “uma forma de participação no trabalho de Deus em criar o mundo”, e completa dizendo que “sob o fogo estão o controle, a concorrência e a propriedade. É uma visão de uma origem teológica clara”.
Além disso, faz elogios ao modelo de compartilhamento de conhecimento da Wikipedia, “rede intelectual que foi capaz de transformar a própria ideia de produção cultural”. Em suas palavras, “estima-se que para criar a maior enciclopedia colaborativa da internet foram gastas 100 milhões de horas de trabalho intelectual, o que é o equivalente ao tempo que os cidadãos dos Estados Unidos gastam vendo publicidade na TV em um único final de semana”.
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