Os cristãos não devem se esquecer de Asia Bibi - a primeira mulher a ser condenada à morte por blasfêmia no Paquistão - enquanto a alta corte do país decide a data para a audiência de recursos, disse um ministro que advoga em nome dos cristãos perseguidos.
O caso de Bibi não deve ser varrido para debaixo do tapete e esquecido, mas os cristãos "devem orar e advogar," em nome dessa mulher inocente, afirmou Carl Moeller, presidente e chefe executivo da Portas Abertas dos Estados Unidos, em um comunicado segunda-feira.
"Continuamos com os cristãos no Paquistão. Continuamos a ajudá-los a enfrentar a pressão inconcebível - a pressão quase inimaginável - que eles sofrem todos os dias, por meios espirituais, pelo encorajamento e através do apoio, falando em nome deles," disse Moeller.
Uma vez que até terça-feira, a Alta Corte de Lahore ainda não tinha definido uma data para o recurso de seu caso. Havia esperança de que o presidente Asif Ali Zadari pudesse perdoá-la antes da audiência, mas na semana passada o tribunal o impediu de fazê-lo. O tribunal decidiu que é ilegal para o governo perdoá-la enquanto o processo está pendente.
Lei de blasfêmia
Bibi, mãe de cinco filhos, está presa há um ano e meio. No mês passado, ela foi condenada à morte por enforcamento por supostamente ter falando mal do profeta Maomé. Ela foi acusada de blasfêmia por suas companheiras de trabalho, mas nega tal acusação.
A cristã disse que a falsa acusação resulta de uma discussão sem importância que teve com suas colegas de trabalho muçulmanas, depois que se recusaram a beber a água que ela trouxe para elas. Eles reclamaram que o reservatório de água foi tocado por um cristão. Chateada por seus comentários, Bibi discutiu com elas, mas depois nem pensou mais no incidente. No entanto, poucos dias depois de dezenas de muçulmanos arrastaram-na para longe, acusando-a de blasfêmia e, desde então, foi presa e condenada à morte.
A família de Bibi era apenas uma das duas famílias cristãs na vila. Agora eles são os únicos na vila, já que a outra se mudou depois que Bibi foi presa, segundo seu marido a repórteres no mês passado.
Moeller, da Portas Abertas Estados Unidos salienta que o governo paquistanês deve revogar a lei de blasfêmia para evitar casos semelhantes que oprimem os cristãos e outras minorias religiosas no país.
"O problema maior é que a lei sobre a blasfêmia existe, em primeiro lugar," disse ele: "Que uma pessoa como Asia. - E muitas outras ao longo dos anos - podem ser colocados na prisão por um ano e meio, mesmo sem contar seu lado da história é uma paródia de justiça e direitos humanos básicos."
"Os cristãos e a comunidade internacional têm de manter a pressão sobre o governo paquistanês para derrubar as leis como esta e não ceder a extremistas muçulmanos."
Muçulmanos radicais fizeram protestos no Paquistão alertando o governo contra a alteração da lei sobre a blasfêmia, ou então enfrentar protestos em todo o país.
Ninguém que foi condenado à morte por blasfêmia foi realmente executado no Paquistão. Os casos têm sido anulados com recursos. Mas 46 pessoas foram mortas extrajudicialmente, no Paquistão entre 1990 e 2010 seguindo acusações de blasfêmia, de acordo com a AsiaNews. As 46 pessoas, incluindo 28 cristãos foram assassinadas extrajudicialmente ou encontrados mortos na prisão sob circunstâncias suspeitas.
Como resultado, há uma preocupação crescente com a segurança de Bibi enquanto ela aguarda seu julgamento.
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