O governo da Indonésia executou três cristãos em 22 de setembro, por seu suposto envolvimento em conflitos nas ilhas Sulawesi há seis anos. Multidões protestaram durante o fim de semana em várias ilhas.
O vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, pediu calma, alegando que "as mortes aconteceram seguindo um processo legal". Mas, de acordo com Jim Jacobson, presidente da Liberdade Cristã Internacional (CFI, sigla em inglês), "o processo legal na Indonésia é que o problema".
Sulawesi foi sacudida pela violência sectária de 2000 a 2002. Os cristãos dividiram a culpa, embora grupos islâmicos, como a Laskar Jihad, tenham fomentado ativamente o conflito.
Poucos muçulmanos foram punidos pelo envolvimento no conflito que deixou pelo menos mil mortos. Nenhum muçulmano foi sentenciado a mais de 15 anos de prisão.
O julgamento de Fabianus Tibo, Marinus Riwu e Dominggus da Silva foi marcado por irregularidades. "O sistema judicial da Indonésia é famoso por sua corrupção, mas esse julgamento superou todos os excessos", disse Jacobson. Freqüentemente, multidões de fundamentalistas muçulmanos se juntam no tribunal, intimidando tanto juízes quanto testemunhas.
Isabelle Cartron, da Anistia Internacional relata: "Os advogados dos cristãos receberam ameaças de morte, e um deles teve uma bomba plantada em sua casa. No lado de fora da corte, manifestantes munidos de pedras exigiam que os três fossem sentenciados à morte".
Cristãos vulneráveis
Esse não é o único caso em que extremistas islâmicos ameaçaram as cortes. Há um ano, três professoras de escola dominical foram condenadas por "cristianizar" crianças muçulmanas que freqüentavam suas aulas com a permissão dos pais. O julgamento foi marcado pelo clamor de multidões que exigiam a morte das mulheres. Elas foram condenadas a três anos de prisão (leia mais).
A violência que ocorre no âmbito privado não é coibida pelas autoridades governamentais na Indonésia. O último relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre perseguição religiosa explica que, apesar do respeito formal à liberdade religiosa, "o governo ocasionalmente tolerou discriminação e abuso contra grupos religiosos por parte de agentes privados, e deixou de punir os perpetradores desses atos".
"Multidões têm destruído igrejas e outras propriedades cristãs com freqüência por toda a Indonésia e ninguém jamais foi punido", afirmou Jim Jacobson. "Sem temer retaliações, oficiais locais costumam recusar a permissão para a reconstrução de congregações".
Esses problemas persistem. No ano passado, a CFI relatou que um grupo islâmico, chamado de Movimento da Aliança Anti-apostasia, usou de intimidação para fechar pelo menos 35 igrejas na ilha de Java, onde fica a capital, Jacarta. Os cristãos permanecem igualmente vulneráveis em toda parte.
Discriminação evidente
Embora o governo tenha afirmado seu compromisso com a liberdade religiosa, ele limita o apoio externo a grupos religiosos e proíbe o proselitismo. Além disso, o governo adotou novas leis recentemente, tornando virtualmente impossível abrir uma igreja pequena em qualquer lugar e qualquer igreja em um bairro não cristão.
A discriminação é evidente no cotidiano de muitos cristãos com os quais a CFI têm trabalhado. Na prática, os cristãos têm menos oportunidade de receber benefícios do governo e conseguir empregos. Às vezes eles passam por extorsões e intimidação porque a polícia e o judiciário normalmente não protegem não-muçulmanos.
"A Indonésia tem muito a fazer para se tornar um parceiro dos Estados Unidos e um líder na Ásia. Jacarta precisa proteger de fato, como na teoria, suas minorias religiosas. Uma boa maneira de começar é garantir aos cristãos um julgamento justo a despeito do poder da multidão islâmica", resumiu Jim Jacobson.
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