A Argélia está entre os maiores países do planeta. Seu território é o segundo maior do continente africano; apenas dez países no mundo possuem área maior que a sua. O deserto do Saara ocupa quase 91% do território argelino e montanhas separam suas areias da faixa litorânea. Localizada na região norte da África, a Argélia tem fronteiras com a Líbia e a Tunísia ao leste, com o Marrocos ao oeste e com Mali, Mauritânia e Níger ao sul.
O cristianismo chegou à Argélia ainda no século I, e alguns dos mais proeminentes teólogos da Igreja primitiva vieram desse país: Tertuliano, Cipriano e Agostinho. Disputas, revoltas berberes e ataques dos vândalos enfraqueceram a Igreja argelina no século V. Já no ano 700, a invasão dos exércitos islâmicos reduziu a Igreja de maneira significativa, mas a chegada dos colonizadores franceses, no início do século XIX, permitiu um rápido crescimento. No entanto, com a saída dos franceses do país, a Igreja novamente entrou em declínio.
Atualmente, cerca de um terço dos cristãos da Argélia é estrangeiro. Apesar de haver milhares de cristãos argelinos, eles representam menos que 0,5% da população e organizam cultos em reuniões secretas nos lares.
Por motivos de segurança, principalmente durante a guerra civil, os cristãos se concentraram majoritariamente nas cidades de Oran e Anaba (conhecida como Hipona, cidade onde faleceu Santo Agostinho) na metade da década de 1990. O evangelismo fez crescer a comunidade cristã na Cabília, norte do país. Notoriamente cresceu o número de igrejas domésticas, casas de membros da comunidade cristã, onde os cristãos se reúnem secretamente, por medo de se expor ou por não possuir dinheiro para construir uma igreja. Relatos sugerem que os cidadãos, não os estrangeiros, organizam suas atividades de evangelismo na Cabília.
A perseguição
O islamismo de tradição sunita é a religião oficial do país e testemunhos cristãos não são permitidos. Em março de 2006, foi aprovado o Decreto 06-03, que restringe cultos não-islâmicos. Ele proíbe qualquer ação que "incite, obrigue ou se utilize de meios indutivos objetivando a conversão de um muçulmano para outra religião, ou usando para esse fim estabelecimentos de ensino, educação, saúde, de natureza social ou cultural, ou instituições de treinamento ou qualquer outro estabelecimento, ou recurso financeiro". A punição é de dois a cinco anos de prisão e multa. A lei também proíbe atividade cristã em qualquer lugar que não seja em igrejas reconhecidas pelo governo.
Teoricamente, essa lei dá ao governo o poder de regulamentar os templos não-islâmicos, e também de monitorar a participação nos cultos. Efetivamente, isso permite ao governo fechar igrejas informais, organizadas em casas ou em instalações isoladas.
A sharia (lei islâmica), tal como interpretada no país, não reconhece a conversão do islamismo a qualquer outra religião, assim, a evangelização de muçulmanos é proibida. Entretanto, sob a lei civil, a conversão não é ilegal. Organizações missionárias são autorizadas a realizar atividades humanitárias sem a intervenção do governo conquanto não evangelizem muçulmanos. Conversões do islamismo ao cristianismo acontecem, embora sejam em pequena quantidade. Com frequência, trabalhadores cristãos são ameaçados e atacados por extremistas, muitos sendo martirizados.
Para garantir a segurança e evitar problemas sociais e legais, os ex-muçulmanos praticam sua fé secretamente. Um cristão argelino escreveu:
"Todos sabem sobre o terrorismo que acorrenta nosso país. Foram poucas as mortes entre os cristãos evangélicos até agora, e louvamos a Deus por isso. É difícil estimar o número exato de evangélicos no país. A maioria descende de berberes e são poucos os que descendem de árabes. Muitos vivem em pequenas cidades e vilas, o que dificulta o contato e comunicação com eles. Devido ao terrorismo, viajar pelo país é muito perigoso, o que faz com que as igrejas fiquem isoladas. Recebemos poucos visitantes ocidentais e não somos autorizados a viajar ao exterior.
Não há grande disponibilidade de literatura cristã em berbere e árabe e nem é permitida a sua livre distribuição. Mas apesar de todas as nossas dificuldades, a Igreja continua a crescer."
Motivos de oração
1. O Decreto 06-03 trouxe dificuldades para a Igreja desde sua implementação em 2006. Ore para que essa lei seja abolida, a fim de que os cristãos argelinos possam praticar sua fé sem medo nem restrições.
2. As tensões têm trazido desunião. Ore pela unidade dos cristãos na Argélia. Peça a Deus para dar sabedoria e um espírito humilde para os líderes das denominações cristãs.
3. Há cristãos argelinos em julgamento, esperando a decisão do juiz. Peça a Deus que faça justiça nesses casos.
4. A situação da Igreja na Argélia parece calma no momento. Mas, a qualquer momento, podem acontecer episódios que desestabilizem a nação. Ore pela paz da Argélia e estabilidade do país.
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