Ele será o primeiro ex-chefe de Estado julgado pelo tribunal, sob a acusação de perseguição política, que teria resultado na morte de mais de 3 mil pessoas. Os crimes teriam ocorrido durante o impasse eleitoral pelo comando do país, entre 2010-2011.
A Costa do Marfim ainda vive na esteira de uma revolução armada que dividiu o país ao meio em 2002: o norte é controlado por rebeldes, e o sul, pelo governo. As pessoas de tribos islâmicas do norte do país não têm sido reconhecidas pelo governo como cidadãs, o que gera grande descontentamento.
As eleições presidenciais de 2010 trouxeram mais violência. Os cristãos foram acusados de apoiar o presidente e, por isso, sofreram grande ataque, mesmo aqueles que não tinham envolvimento com a política. Os cristãos do norte, especialmente aqueles que se converteram do islamismo, enfrentam algum tipo de pressão por parte da sociedade e de suas famílias. O governo, no geral, concede e respeita a liberdade religiosa.
No dia 11 de junho desse ano, o Tribunal Penal Internacional declarou que decidiu julgar o ex-presidente após analisar declarações de 108 testemunhas, 22 mil páginas de documentos, além de provas em áudio e vídeo.
Gbagbo nega as acusações que o apontam como principal responsável pela onda de violência, após a sua recusa em abandonar a Presidência, na qual permaneceu dez anos.
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