Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. LUCAS 6: 41-42.
O uso abusivo do nome de Deus
Irailton Melo de Souza, Pr.
Irailton@yahoo.com.br
Especial para o Jornal Pequeno
“Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão,
porque o SENHOR não terá por inocente o que
tomar o seu nome em vão.
(Êxodo 20.7)
“Pois, como está escrito, o nome de Deus é
blasfemado entre os gentios por vossa causa”
(Romanos 2.24)
Embora o problema não seja novo, a atual geração de crentes tem excedido no uso indevido e abusivo do nome de Deus. Um misticismo perigoso, disfarçado de fé genuína e espiritualidade profunda tem invadido as igrejas e trazido danos – muitos deles irreparáveis – à vida das pessoas. Decepções, frustrações e até mesmo abandono da fé são recorrentes em contextos onde o nome de Deus é dito por motivos fúteis.
O que se observa em geral é que sempre que alguém se levanta na congregação com um enfático “assim diz o Senhor”, ou como portador da última revelação divina para a vida prática da igreja, uma arapuca está armada para o aprisionamento de alguém.
Em minhas memórias, guardo duas histórias impressionantes sobre o uso abusivo do nome de Deus, uma trágica e outra cômica, uma em Maceió, outra em São Luis.
Em Maceió, na década de 1980, uma série de profetadas começaram a transtornar a vida dos crentes. Certas “irmãs de oração” passaram a ter visões e revelações sobre a vida dos outros, mas especialmente sobre a vida dos jovens da igreja. Algumas delas dotadas do dom da língua grande, eram procuradas por jovens imaturas e carentes, que lhes pediam conselhos, numa espécie de quiromancia evangélica.
Uma dessas “irmãs de oração” tinha um filho de mais ou menos 37 anos de idade, solteiro, chato, feio e preguiçoso – ingredientes que explicavam seu estado caritológico – que nem com reza forte arrumava namorada.
Como tinha uma mãe de oração, resolveu pedir uma ajudinha extra. Quase deu certo. Depois de algumas sessões de aconselhamento com uma moça em conflito pré-nupcial, a mãe de oração conseguiu convencer a moça a terminar um noivado de dois anos, porque “Deus me revelou na noite passada que esse jovem não veio ao mundo para ser o seu marido…”.
A moça tentou negociar uma alternativa, mas a “irmã-de-oração” insistiu: “Minha filha, você vai contrariar a vontade de Deus?”.
A moça desistiu do noivado com um rapaz íntegro e que a amava por causa do delírio de uma beata religiosa alucinada, que em nome de Deus e de seu filho psicótico, não mediu as conseqüências dos seus atos. A moça não chegou nem perto do filho-da-mãe-de-oração, mas também não experimentou, desde então, sanidade afetiva e emocional.
A outra história envolve dois pastores aqui mesmo de São Luis, que estavam brigados ou brigando numa reunião da igreja.
No meio da reunião um deles entrou em transe e se dirigiu ao outro, com o dedo em riste, dizendo: “Veja o que você está fazendo com o meu servo. É melhor você parar de caluniá-lo injustamente para que a minha mão não pese sobre você. Quem está falando aqui é o Filho! (Jesus)”.
Passados alguns segundos, o outro pastor se levantou e do mesmo modo disse para o seu interlocutor: “Preste atenção você! Este meu servo é precioso para mim. Eu tenho um negócio com ele… E quem está falando aqui é o Pai!”.
Meu Deus, aonde vamos parar?
Lendo a carta de Paulo aos Romanos, deparei-me com um texto para o qual nunca prestei tanta atenção como agora: “Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa” (Rm 2.24). Quando a gente vê os absurdos que são ditos e feitos em nome de Deus, dá pra entender porque muitas pessoas não querem nem saber de fazer de freqüentar a igreja.
Precisamos resgatar o temor e o respeito pelo nome de Deus, sob a pena de sofrermos as conseqüências de tais irresponsabilidades. Desconfie das pessoas que pronunciam sem parar o nome de Deus, que vivem com o nome de Deus escorrendo pelos cantos da boca, como se fosse calda doce. Elas podem estar querendo lhe manipular, porque aprenderam como calar os outros pronunciando o nome de Deus.
Diz o teólogo e educador Rubem Alves: “Quando o nome de Deus é dito, segue-se um grande silêncio”. (grifo do autor)
Rubem Alves ilustra como se dá uma relação saudável entre pai e filho:
Meu filho mora longe. Estuda em outra cidade. Somos amigos. Mensalmente vai a mesada, e se houver um imprevisto basta telefonar. E é bom quando ele vem e nos encontramos. No espaço silencioso da distância, sabemos que tudo vai bem, a amizade continua. Mas se eu começar a receber cartas diárias com agradecimentos pela minha generosidade de pai, e telefonemas noturnos com louvores à minha bondade, compreenderei que algo vai muito mal. Deve haver ansiedade, medo de abandono, suspeita de estar sendo esquecido… Mas no silêncio mora a confiança. Não é necessário viver sempre chamando, louvando, repetindo. Ele sabe, está lá. Também o silêncio é uma afirmação de amor…”.
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