O Conselho de Segurança da ONU já pediu ajuda internacional e os Estados Unidos enviaram um porta-aviões ao Golfo. O avanço do grupo fez o presidente americano, Barack Obama, autorizar bombardeios aéreos sobre as áreas dominadas pelos islamitas. Washington ainda cogita uma ação conjunta com o Irã para impedir o avanço do grupo, considerado mais radical que a rede Al-Qaeda.
Como surgiu o EIIL?
O EI surgiu a partir do Estado Islâmico no Iraque, o braço iraquiano da Al-Qaeda dirigido por Abu Bakr al-Bagdadi. Em abril de 2013, Bagdadi anunciou que o Estado Islâmico do Iraque e a Frente Al-Nosra, um grupo jihadista presente na Síria, se fundiriam para se converter no Estado Islâmico do Iraque e Levante - hoje chamado apenas de Estado Islâmico.
A Al-Nosra negou-se a aderir a este novo movimento e os dois grupos começaram a agir separadamente até o início, em janeiro de 2014, de uma guerra entre eles. O EI contestou abertamente a autoridade do chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e rejeitou seu pedido de que se concentre no Iraque e deixe a Síria para a Al-Nosra.
A campanha do EI, que tomou partes do Iraque, é ajudada por sunitas descontentes com o governo do presidente alauíta da Síria, Bashar Al-Assad, e com a administração xiita iraquiana - dois estados cujas fronteiras foram desenhadas por França e Inglaterra após a Primeira Guerra Mundial. Eles anunciaram a criação de um califado entre os dois países baseado na lei islâmica, a Sharia.
Confrontos profundos
Mais recentemente, em especial os três anos de revoltas árabes, liberou antigas alianças e ódios que cruzam fronteiras - o que pode redefinir Estados e poderes na região. A animosidade entre muçulmanos xiitas e sunitas, os troncos rivais do Islã, podem ser os confrontos mais profundos.
A invasão do Iraque e consequente derrubada de Saddam Hussein fez com que se instalasse um governo controlado pelos xiitas. Com isso, os sunitas perderam poder. Insatisfeitos, começaram a protestar pacificamente em 2012, mas poucas concessões foram feitas, porque os xiitas acreditavam que se tratavam não de pedidos de reforma, mas de uma busca por retomar o poder. Marginalizados, cinco milhões de sunitas iraquianos começaram a ver de forma mais simpática as ações armadas do EIIL.
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