Das 13 tribos de Bangladesh, Chakma é considerada a maior. Quando os ingleses deixaram a Índia em 1947, a população de Chakma em Chittagong Hill Tracts esperava se tornar parte da Índia. A maioria deles era budista, por isso, os chakmas se consideravam mais hindus pertencentes à Índia do que muçulmanos do leste do Paquistão (atual Bangladesh).
Hoje, a população de Chakma está dispersa em áreas montanhosas isoladas. Eles lutam pela independência de suas próprias terras de cultivo, já que a maioria dos habitantes são fazendeiros.
O ressentimento crescente do povo de Chakma contra o governo de Bangladesh tem resultado em conflitos étnicos, deixando muitos em situações de indigência ou em condições de refugiados. As dificuldades que enfrentam cresceram ainda mais quando eles se tornaram cristãos.
Durante os primeiros quatro meses de 2008, três incidentes isolados envolvendo os cristãos de Chakma aconteceram nos distritos de Khagrachari e Rangamati, Chittagong Hill Tracts, no sul de Bangladesh.
Apesar de não ser confirmado que os incidentes tivessem motivações religiosas, os cristãos de Chakma foram presos sem mandados, tirados à força de suas terras e pegos no fogo cruzado dos conflitos religiosos.
A Missão Portas Abertas pede a todos os cristãos do mundo que orem pelos crentes de Chakma.
Incursão contra os cristãos
Cerca de 108 famílias cristãs vivem há muitos anos em Upor Betchari, distrito de Khagrachari, e são maioria na região. Todas as sextas-feiras, os moradores de Upor Betchari alugam um transporte local, chader ghari, para descer as montanhas e ir ao supermercado da cidade comprar mantimentos.
Mas o dia 11 de abril de 2008, durante a madrugada, soldados foram à Upor Betchari, guiados pelo condutor de um chader ghari capturado, e prenderam alguns cristãos que dormiam, acusando-os de serem rebeldes e terroristas. Os cristãos foram levados a um acampamento do Exército a quilômetros de distância.
Alguns dos prisioneiros já foram libertados, no entanto, três cristãos permanecem sob a custódia do exército na prisão do distrito de Khagrachari: Ronjon (52), Pinto (22) e Ramendra (42). Foi reportado à Missão Portas Abertas que os três crentes têm sofrido agressões físicas na prisão.
Ronjon, Pinto e Ramendra são os únicos provedores de sustento de suas respectivas famílias.
Na aldeia de Hatambanala, distrito de Khagrachari, cerca de 200 muçulmanos bengaleses tomaram 150 acres das terras de 25 famílias cristãs Chakma, que viveram na região por séculos. A aldeia era predominantemente cristã até a chegada dos bengaleses.
Ameaças, acusações e conflitos
Desde então, muitos cristãos perderam seus empregos e muito do estoque de seus alimentos. Eles têm medo de enfrentar os muçulmanos, responsáveis pelo roubo de seus suprimentos, porque têm sido ameaçados.
Em uma ocasião, alguns cristãos tentaram desmatar árvores em busca de novas terras, mas foram impedidos por muçulmanos. Quando a situação se tornou insustentável, muitas famílias cristãs deixaram suas casas e se refugiaram no meio das florestas.
Os cristãos perderam não apenas suas casas para os muçulmanos, mas também seu lugar de adoração, a Igreja Batista de Hatambanala, quando em março, homens não identificados puseram fogo no templo, na tentativa de tomar as terras da igreja. A polícia investigou o incidente, mas ninguém foi preso.
Casas queimadas
No dia 20 de abril de 2008, 65 casas pertencentes ao povo de Chakma foram queimadas em Baghaichhari, no distrito de Rangamati. Oito delas pertenciam a famílias cristãs. Uma igreja na aldeia de Gangarammukh foi completamente destruída. O incidente foi um resultado de conflitos religiosos entre a tribo de Chakma e os muçulmanos de Bengala.
O incêndio das casas de Chakma foi atribuído ao Exército, sob o pretexto de ter sido realizado por causa de um projeto do governo que iria construir 153 novas casas. Até o momento, as oito famílias cristãs de Chakma são refugiadas em seu próprio país, sofrendo com a falta de comida e de outras necessidades básicas. Ore por elas.
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