Um dos ideólogos do Partido dos Trabalhadores, Gilberto Carvalho defende que, findo o processo eleitoral, seu partido passe a “corrigir problemas” que “magoaram, ofenderam e decepcionaram a sociedade”. Em entrevista à BBC News, ele fez uma reflexão sobre as eleições, mas considera que o PT não saiu derrotado.
Ex-seminarista católico, ele usa linguagem religiosa para explicar os passos necessários para que possam se reorganizar. “A gente tem que encarar, eu chamo de a gente visitar os nossos demônios”, que seriam: “a convivência [do PT] com a política tradicional, o financiamento empresarial de campanha, junto com isso veio corrupção, na forma de arrecadar dinheiro para campanha, até em alguns casos o enriquecimento de algumas pessoas, embora muito poucas, mas teve”.
O ex-ministro de Lula e Dilma diz que deve ser feita uma análise interna na estrutura partidária. “Quando eu falo em visitar e espantar esses demônios, ou repactuar eticamente internamente… Nós precisamos fazer. É próprio de qualquer instituição humana ter erros, não tem problema nenhum.”
Quando era secretário-geral da Presidência, em 2012, Gilberto Carvalho propunha que os movimentos de esquerda fizessem uma “disputa ideológica com os líderes evangélicos” do Brasil.
PT foi “sobrevivente”
De modo algum ele acredita que o antipetismo saiu vencedor em 2018, como argumentam analistas políticos. “Esse antipetismo que surgiu aí, que para mim é uma pena que voa, é um antipetismo baseado na mentira. Mentira de que nós iríamos venezuelizar o país, a mentira de ter um kit gay contra família, toda essa multidão de fake news que não permanece”, insiste.
O ideólogo acredita que o governo de Jair Bolsonaro não será bom para o Brasil. “Pode acontecer de um governo fortemente liberal e fortemente repressivo, inclusive oficialmente e oficiosamente com forças paramilitares, porque as falas de Bolsonaro são de tamanha irresponsabilidade que elas estimulam uma ação paramilitar contra gays, contra sem-terra, contra todos nós.”
Carvalho entende que na mudança drástica de rumos para o país demonstrada nas urnas “O PT foi o único partido que sobreviveu… É a maior bancada na Câmara Federal, tem o maior número de governadores (Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte). É verdade que está mais no Nordeste, mas os deputados são eleitos por outras regiões também. E nas condições que nós tivemos, com Lula preso”, avalia.
Lula, o pai de Chávez
Outro assunto que o incomoda é a comparação constante dos rumos do Brasil com a Venezuela, que vive uma gigantesca crise econômica. Ele culpa os Estados Unidos e poupa Nicolás Maduro. “Enquanto nós fomos governo, nós atuamos sempre para moderar as coisas na Venezuela. O Lula foi uma espécie de pai do velho Chávez… A fome na Venezuela é uma fome artificial, não é por falta de recursos. Há uma brutal sabotagem ao governo venezuelano. Eles estão isolados economicamente de um monte de países… Não é justo você condenar um governo sob cerco.”
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