O Natal no Irã é popularmente conhecido pelo nome de “Pequeno Banquete”. É a celebração mais importante para os cristãos do Irã, mas o Natal não é oficialmente reconhecido no país. “Ter o Natal como feriado seria muito bom para nós, mas não vamos deixar de celebrá-lo porque não o é”, afirma Haik, um cristão iraniano.
Os iranianos que são nascidos em lar cristão e frequentadores de umas das igrejas tradicionais têm sua própria maneira de comemorar o Natal. Durante os primeiros 25 dias do mês de dezembro, realiza-se um grande jejum, em que é proibido comer qualquer produto animal. O jejum tem o objetivo de purificar a mente, corpo e alma para receber Cristo. A véspera de Natal é o ultimo dia do jejum, e as pessoas se reúnem para irem aos cultos antes do amanhecer. Só então eles poderão quebrar o jejum e se inicia a preparação para a grande festa. É um período de paz e meditação; um tempo para ir aos cultos. Quando o jejum termina, a festa começa, e uma grande quantidade de carne é preparada para o jantar de Natal.
Os sábios do Oriente
Em uma cidade do nordeste do Irã está localizada a igreja de Saint Mary, e conta a história que a primeira igreja construída no local foi edificada por um dos sábios, que viera de Belém. Isso significaria que os primeiros presentes de Natal teriam vindo do Irã.
Assim como os três sábios do Oriente, os cristãos no Irã poderiam ser divididos em três grupos, com três maneiras diferentes de celebrar o nascimento de Cristo.
1. Em primeiro lugar, existem os “nativos”, em maior número, descendentes das primeiras comunidades cristãs, católicas e ortodoxas, com tradições da Armênia e Assíria. Quase todos são cidadãos iranianos, discriminados nos níveis legal e social, mas com status legal. Eles desfrutam da liberdade de culto: o Natal é celebrado em uma igreja. Todos os anos, os cristãos iranianos celebram decorando árvores de Natal, trocando presentes e indo aos cultos. Esses cristãos, descendentes de igrejas tradicionais no Irã, são livres para praticar sua religião em suas casas e igrejas. Os cristãos (armênios) em Teerã podem comprar suas árvores e objetos de decoração. Também podem se reunir: seus “clubes” organizam bazares de Natal (durante o advento) e festas, concertos e banquetes como comunidade ou famílias. Nesse caso, assim como os outros iranianos, eles não podem festejar nas ruas ou restaurantes, pois certos alimentos, música, roupas e gestos são proibidos. Para celebrar em paz, a melhor opção é fazê-lo em particular.
2. Há também os cristãos estrangeiros, que trabalham ou moram no Irã, de diferentes tradições religiosas, que celebram de acordo com sua cultura. São pequenas comunidades com membros que vivem permanentemente no Irã.
3. Os cristãos secretos que moram no Irã são o terceiro grupo de cristãos. Eles celebram o Natal correndo riscos. A vigilância da polícia sobre as igrejas não é apenas para garantir a ordem pública, mas também para controlar a freqüência aos cultos para aqueles que não são “legalmente” cristãos. Os cristãos secretos têm que estar vigilantes em suas ações. Não podem celebrar o Natal abertamente. Eles tentam se reunir com outros cristãos em células. A única diferença é que durante o Natal, mais e mais pessoas querem se reunir. Durante o Natal, eles se encontram com outros grupos também, fingindo estar apenas em um jantar especial. Eles não podem cantar e tem que permanecer em silêncio. Normalmente, eles não se reúnem no dia 25 de dezembro. Algumas vezes as crianças recebem presentes.
Fala de um cristão secreto: “É muito difícil celebrar o Natal em minha casa, por causa de meus familiares. Comemoramos de uma maneira que a polícia não descubra”.
Ore pelos cristãos secretos, para que eles possam celebrar o nascimento de Jesus com alegria, e que o evangelho seja pregado.
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