Em uma igreja no subúrbio de Ankawa, o líder cristão Douglas administra a vida da igreja em meio a um mar de tendas de refugiados. O hall do templo ainda é utilizado para cultos; diariamente há reuniões de oração às 10 horas da manhã, casamentos e funerais também ocorrem de forma regular. Mas ao redor das dependências da igreja encontra-se um oceano nas cores cinza, marrom, verde e branco. As tendas tornaram-se o lar de mais de 700 famílias de Mosul, Karamlesh, Qarakosh e de outros vilarejos cristãos na planície de Nínive.
"Nós não chamamos de acampamento - nós chamamos de centro", explica Douglas. "Nós queremos ter certeza de que aqueles que deixaram suas casas e vêm até aqui sejam bem-vindos. Nós os tratamos como nossos convidados. Ficamos felizes por compartilhar a vida e queremos criar um lugar onde eles se sintam seguros e tranquilos".
O centro tem "convidados" de várias igrejas diferentes. Os afazeres da igreja, bem como, o atendimento às necessidades dos refugiados estão sendo divididos entre Douglas e seu novo colega, Daniel.
Daniel destaca que, em tais circunstâncias, a igreja, por motivos práticos, tem que se unir. "Agora mesmo, nossas diferenças não importam muito. Nós somos unidos em Cristo e compartilhamos tudo que temos".
Esse sentimento também é compartilhado pelo anfitrião, Douglas, cuja história pessoal de vida em Bagdá, sobrevivendo a explosões, carros-bomba, ataques às igrejas e até mesmo a sequestros o ensinaram a aceitar as dificuldades, receber a graça de Deus e seu perdão.
Agora, essa força interior é algo que ele tem vontade de passar adiante. "Ainda que nós não saibamos o que o futuro nos trará, nós gostaríamos de ensinar especialmente às crianças a nunca desistir, a não apenas reviver a dor das gerações anteriores, mas ensina-las a crescer mais fortes, a serem líderes na sociedade e ter a coragem de acreditar que elas podem fazer a diferença".
Douglas acrescenta: "Cristãos são o sal de qualquer sociedade. Nós somos poucos, mas podemos causar impacto. Nós podemos fazer diferença. Se investirmos em nossas crianças, haverá um futuro para os cristãos no Iraque".
Irmã Azhar, diretora da "Casa das Crianças", que está localizada na igreja, não tem tido tempo para pensar. "Durante as últimas três semanas, nós estamos inacreditavelmente ocupados. Quando os refugiados vieram para Ankawa, na noite entre 7 e 8 de agosto, eles bateram na porta de todas as escolas e igrejas da cidade. Eles chegaram sem nada. Nós os recebemos e estamos cuidando deles".
No início, apenas seis mulheres estavam servindo 2.200 pessoas. "Era um trabalho impossível", afirma a irmã Azhar, "mas nos acomodamos todos nos salões, em tendas e em lugares onde eles pudessem ter um pouco de estabilidade". No momento há 21 mulheres ajudando. Elas dividem 3 quartos apertados nas dependências da igreja.
Não é a primeira vez que a irmã Azhar teve de arranjar espaço para mais um. "A Casa das Crianças sempre esteve aberta para eles", afirmou. "Refugiados de Bagdá, pessoas retornando da Síria e agora pessoas da planície de Nínive - nós sempre tivemos um número crescente de crianças. Ano passado, tivemos 380 crianças e 21 professores".
Na escola, é possível adquirir uma valiosa experiência ao trabalhar com refugiados e isso ajuda a entender como as crianças reagem quando estão deslocadas: "É diferente dos adultos: elas se adaptam com mais facilidade. Crianças são cheias de energia e amam a vida. Nós podemos aprender com elas. Viver o momento e amar a vida - se pudermos continuar a viver dessa maneira e investir em nossas crianças, educando-as, haverá um futuro para os cristãos no Iraque", conclui Azhar.
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