Quase 16 anos depois da sua morte, Kim Il-Sung é venerado pelos norte-coreanos. A festa desta quinta-feira (15) foi apenas mais uma em celebração ao "Grande Líder" ou "Pai da Nação".
Comandante do país por 49 anos, ele é o autor da Ideia Juche, misto de filosofia e ideologia que norteia o país. O Juche proclama a autossuficiência. Todos os setores da economia são controlados pelo Estado, como nos antigos países comunistas.
Os coreanos rejeitam o rótulo de stalinistas. Segundo a Ideia Juche, "você é dono do seu destino, e a capacidade de desenvolver o seu destino é sua. O dono da revolução é a massa popular". De acordo com a Ideia, ""a sociedade muda pela força do povo, e não pela força da natureza"".
"Grande Líder" não morreu
Para os norte-coreanos, o "Grande Líder" não morreu. No Palácio do Sol, os visitantes podem ver o vagão de trem que era utilizado pelo presidente durante suas visitas pelo interior do país. O local está intacto, bem iluminado e o relógio continua funcionando para simbolizar que o "pai da nação continua trabalhando".
Na visita ao féretro de vidro, onde o corpo do "Grande Líder" está deitado coberto por uma bandeira vermelha, coreanos não conseguem conter a emoção e choram. Os visitantes têm de se curvar em reverência ao corpo nos quatro cantos do escuro salão. Antes, todos são obrigados a passar por um túnel de vento para tirar a sujeira do corpo.
Outro ponto de adoração ao "Grande Líder" é o monumento onde fica a imensa estátua de bronze do "Pai da Nação". Milhares de pessoas subiram ontem a colina para colocar flores aos pés da estátua. O local é visitado até por casais vestidos de noivos. Eles botam belos buquês de flores no monumento e pedem a proteção do "Grande Líder". Nos cerca de dez minutos em que esteve lá, a Folha viu quatro recém-casados oferecendo flores ao "Pai da Nação". Crianças são levadas pelos país para reverenciar Kim Il-sung.
Cartazes com imagens do "grande líder" ficam espalhados pela capital. Em todos os lugares, os moradores colocam flores. As imagens representam várias fases da vida de Kim Il-Sung.
Nas ruas, todos os moradores andam com um broche na lapela com a imagem do "Pai da Nação". Na quinta, dezenas de milhares de coreanos visitaram a 12ª Exposição da Flor Kimilsunglia. A planta é uma espécie de bromélia, que era adorada pelo "Grande Líder".
A coreia do Norte lidera a Classificação de países por perseguição pelo 8º ano consecutivo.
Ser cristão é perigoso na Coreia do Norte. O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma Bíblia, esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões ilegais, ou até que tenha contato com outros cristãos (na China, por exemplo). Os cristãos que sobrevivem às torturas são enviados para os campos de concentração. Lá, as pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida de má qualidade para sustentar o corpo que trabalha por 18 horas. A menos que aconteça um milagre, ninguém sai desses gigantes campos com vida.
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