última semana que sua amiga a mandava bater na criança como forma de “corrigi-la” para que Deus pudesse mudar sua vida.
– Ela dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu tinha que fazer. E esse plano era corrigir os meus filhos e que se eles fizessem alguma coisa errada tinham que ser castigados. Eles tinham que apanhar – contou Vanessa.
Ela afirmou ainda que a última a bater na criança antes de sua morte foi a amiga, que teria afirmado ter sido orientada por Deus a fazer isso porque a mãe não tinha pulso o suficiente para corrigir a criança.
– Ela dizia que eu batia com dó e que não estava dando certo o tratamento. Disse que Deus que mandou ela assumir o serviço, porque eu não sabia bater, que eu batia com dó – afirmou.
A menina foi encontrada morta no porta malas de um carro, e a mãe afirma que a colocou para dormir no local como parte de um ritual para purificá-la.
– Segundo o relato da mãe, a criança estava com ‘algo ruim’ e para purificá-la a menina teria que dormir no porta-malas do carro. Horas depois, quando retirou a criança, já sem vida, a mãe disse acreditar que a menina ressuscitaria. Dois dias depois, ao perceber que a criança estava mesmo morta, a mãe e a amiga resolveram enterrá-la – relatou o delegado.
A mãe afirma que ao encontrar a criança morta pensou em chamar as autoridades, mas que decidiu enterrá-la com medo de ser presa, visto que a meninas estava com o corpo coberto pelas marcas deixadas pelos castigos físicos aos quais foi submetida.
– Eu falei não, vou chamar o Instituto Médico Legal (IML), só que como a menina estava toda marcada se a gente chamasse o IML eu ia ser presa – disse a mãe em depoimento.
De acordo com o G1, o crime foi descoberto após Jeferson Ramalho, pai da criança, registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o desaparecimento da menina e da ex-mulher. Ao iniciar as investigações, a polícia recebeu informações de que a criança poderia ter sido sequestrada, mas ao realizar as buscas descobriu que a mãe estava escondida em um sítio no interior do estado. Ao ser levada para a delegacia, ela confessou o crime.
Segundo o delegado, apesar de confessar o crime e apontar onde o corpo da menina estava enterrado, a mãe não demostrou arrependimento e apenas queria saber como proceder para passar menos tempo na cadeia.
– Em nenhum momento ela citou que estava arrependida, só queria saber a quantidade de pena que ela iria ter que cumprir e se havia alguma circunstância atenuante, como se ela confessasse e contribuísse com a investigação, mas em nenhum momento demonstrou qualquer remorso em face da morte de sua filha – conta o delegado.
As duas mulheres estão presas e vão responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
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