O novo presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, 72 anos, eleito no último final de semana com o apoio dos cristãos do país, é visto como uma liderança capaz de enfrentar os terroristas do Boko Haram.
O vice-presidente de Buhari é um ex-procurador-geral que agora é de uma Igreja no sul da Nigéria. A aliança política entre os dois derrotou o atual presidente, o cristão Jonathan Goodluck, eleito em 2011.
“Durante a campanha, ele afirmou que iria acabar com a insurgência em poucos meses, se fosse eleito. Estamos orando para que siga com essa promessa e se comprometa a proteger a liberdade de expressão religiosa. Nós continuamos preocupados com os cristãos que têm sido alvo de violência por parte de extremistas islâmicos. Esta eleição vai definir se a Nigéria permanecerá em seu estado atual, ou se será bifurcada por um califado instituído pelo Boko Haram”, afirmou David Curry, presidente da Portas Abertas nos Estados Unidos.
Goodluck foi eleito em 2011, após derrotar Buhari nas runas. No entanto, a ascensão de um cristão ao poder provocou o surgimento de grupos extremistas muçulmanos no norte do país, dentre os quais, o Boko Haram, responsável pela violência sectária e perseguição religiosa a cristãos, que já deixou milhares de mortes e centenas de igrejas destruídas.
Buhari é um ex-militar que esteve no poder entre 1983 e 1985, quando liderou um golpe de Estado. Dentre as marcas de sua ditadura, destacam-se sua rigorosa administração pública, com combate à corrupção e ao desperdício do dinheiro público, e claro, a perseguição política, uma vez que havia chegado ao poder por vias antidemocráticas.
De acordo com a Missão Portas Abertas, o Boko Haram foi forçado a recuar e perdeu território semanas antes das eleições devido à ação militar coordenada entre Nigéira, Chade e Níger, que juntaram seus soldados para combater o grupo terrorista.
Antes das eleições, a expectativa dos cidadãos era que a vitória de Muhammadu Buhari trouxesse novamente a ordem: “Estamos a sofrer na Nigéria. Só quando Buhari for presidente será possível acabar com o Boko Haram”, disse um eleitor ao site DW.
Agora que ele foi eleito, resta aguardar se cumprirá sua promessa de campanha e restaurar a paz para os 177 milhões de habitantes do país.
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