Cristãos em Kerala alegam que um ritual em um templo hindu levou ao assassinato do padre Job Chittilapilly, nascido na Síria.
O padre, de 71 anos, foi brutalmente assassinado no dia 28 de agosto, dia do festival da colheita anual de Onam em Kerala. Seu corpo, esfaqueado em quatro regiões, foi encontrado às seis da manhã em um distrito da Igreja Mãe da Graça, no bairro de Thrissur, em Kerala.
Shiby Anvadab, da sexta paroquial, viu o padre da igreja às cinco da manhã, cuidando de seu rosário. O padre tinha marcado de celebrar um culto especial às seis da manhã.
Ambadan saudou-o e pegou as chaves da igreja. Ele então ligou o sistema de som da igreja antes da cerimônia. Às seis e quinze, Ambadan mandou um empregado da igreja procurar o padre. O empregado encontrou o Padre Job deitado na varanda coberto de sangue.
A polícia prontamente descartou a hipótese de assalto, já que a sua corrente de ouro e seu dinheiro estavam lá. Os que sabiam que o padre não tinha inimigos, descartaram a hipótese de vingança.
No dia sete de setembro, a polícia prendeu Panthalkoottam Raghu Kumar como suspeito. Kumar, conhecido localmente como drogado, foi anteriormente acusado de estar envolvido no assassinato de um ativista do Partido Cristão, em 1995. Ele também tinha relações próximas ao nacionalista hindu da ala direita, Bharatiya Janata, e seu militante afiliado, Rashtriya Swayamsevak Sangh.
Ambas organizações estiveram envolvidas em ataques violentos contra cristãos.
No dia oito de setembro, uma multidão enfurecida impediu a polícia de entrar na igreja para levantar provas, acusando-os de prender um bode expiatório como forma de escudo para os verdadeiros assassinos.
De acordo com relatórios ao Ásia News, as provas sugerem que o assassinato foi o resultado direto da intriga no templo local de Veluppilakavu, situado perto da igreja.
O reverendo Mar Jacob Thoomkuzhy, arcebispo de Thrissur, explicou à mídia local que o templo foi abandonado vinte anos depois do assassinato do líder hindu. Dois anos atrás, um grupo de ativistas hindus se voluntariaram para renovar o templo. O grupo incluía um sacerdote hindu que dirigiria as cerimônias e Raghu Kumar, que mais tarde seria preso por ser suspeito do assassinato do Padre Job.
De acordo com fontes locais, um ritual astrológico em Veluppillakavu em agosto revelou que o templo estava sofrendo devido ao funcionamento da igreja ao lado. O padre disse aos adeptos do Hindu que a alma do líder hindu morto há vinte anos somente concordaria com a paz se um padre não-hindu fosse morto. O padre Job foi assassinato não muito depois disso.
Mr. T. K. Paul, um paroquial que freqüentava diariamente a missa na igreja, disse que o padre era conhecido por ser evangelizador de porta em porta. O padre tinha servido à comunidade assiduamente por quarenta e cinco anos. Entretanto, líderes hindus recentemente o alertaram para que parasse com essas visitas evangelísticas que ele fazia entre as castas mais baixas.
No dia nove de setembro, duas semanas depois do assassinato, milhares de cristãos de várias denominações em Kerala se juntaram numa marcha em protesto, clamando para que fosse feita uma investigação sobre a morte do padre.
Monsignor Sebastian Eezhekkadan, vigário geral da diocese, e a Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CBCI), pediram à agência de inteligência do país para que fosse feita uma investigação.
O secretário geral da CBCI, bispo Percival Fernandez, disse que ações rigorosas contra os assassinos mandaria o "sinal certo" para os que se curvaram para as comunidades extremistas na Índia. "Os cristãos em Kerala vivem em paz e harmonia há séculos", disse ele.
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