Ela é alta (1.80 metro), magra, londrinense e provavelmente você já a viu em algum outdoor, desfile ou campanha publicitária. Aos 29 anos, Karime Salle tem um portfólio dos mais invejáveis, como modelo. Após assistir a um programa de TV da Igreja Assembléia de Deus do Bom Retiro, jogou tudo para o alto em nome de um sonho: ser pastora.
''Tive uma infância saudável, morava perto do Instituto e Seminário Bíblico de Londrina (ISBL), onde residiam alguns missionários norte-americanos. Essa convivência foi de extrema importância na formação cristã e moral de minha família'', afirma Karime, que foi criada pelo pai, o jornalista e advogado Omar Abes Salle, falecido há dois anos.
Ao relembrar sua trajetória em solo pé-vermelho, Karime não esconde a emoção. ''Tive uma educação muito rígida e um pai excelente, que, além de optar pelos filhos e dedicar sua vida a eles, sempre nos incentivou a participar da igreja e ter uma educação cristã''.
Com rosto, estatura e físico em dia – esculpido por anos de dedicação ao ballet clássico -, a londrinense despertou os olhares dos bookers e proprietários de agências de modelo. ''As pessoas sempre me incentivavam a seguir esse trajeto, mas via a carreira de modelo de uma forma preconceituosa'', entrega.
O DNA também conspirava a favor. ''Meu pai foi garoto-propaganda de uma pasta dental e minha mãe, Miss Bela Vista do Paraíso, e ficou em segundo lugar no Miss Paraná. Acho que se trata de um dom de família'', diz, aos risos.
A carreira
Estaria a boa aluna – que, na escola, volta e meia era eleita presidente de sala – pronta para estrear no universo fashion? Ainda não. ''Aos 16 anos, após uma experiência pessoal com Deus, passei a me preocupar em levar as pessoas ao entendimento de Deus: reuni um grupo de pessoas cristãs da escola e pedi à diretora permissão para fazer um trabalho de evangelização no colégio'', recorda, ao citar aqueles que hoje atuam como pastores e missionários.
Aos 21 anos, ''não tão cedo'', como faz questão de enfatizar, Karime não resistiu ao convite e se somou ao time de modelos de uma agência de Londrina. ''Decidi encarar, mesmo não acreditando em meu potencial, tirei o DRT e fiz inúmeros trabalhos''.
O período modelando serviu como uma ducha de água fria nos preconceitos de outrora. ''Com o passar do tempo, aprendi a não rotular as pessoas, pois tinha uma idéia errada desse meio. Infelizmente, a mídia passa uma idéia negativa a respeito das modelos. Para completar, muitas prostitutas se apresentam como modelos, distorcendo a imagem da profissão. Acontece que, em qualquer lugar, existem pessoas e pessoas. Muitas delas, aliás, além de bonitas, são distintas e inteligentes. Sempre digo: modelo é um cabide que não foi feito para andar pelado!'', acentua.
Com algumas dificuldades, Karime conciliava, à época, a faculdade de marketing & propaganda com o vaivém das passarelas. ''Comecei a conhecer novos amigos, a frequentar outros ambientes. Precisava trabalhar e estudar. Quando menos esperei, estava totalmente afastada de Deus, iludindo-me com as coisas que o mundo oferece''.
A virada veio aos 26 anos. ''Um dia quis voar mais alto. Saí de Londrina para São Paulo com objetivo de terminar a faculdade e entrar em uma grande agência''. Em pouco tempo, a londrinense – que chegou a recusar alguns trabalhos, por achar ''que não convinham'' – acumulou aparições em show-rooms, passarelas, revistas, catálogos e comerciais. ''Fui, então, convidada a ingressar na agência Ford Models. Ali, sem eu saber, tudo começou a mudar''.
O chamado
Após assistir a um programa de TV da Igreja Assembléia de Deus do Bom Retiro, Karime decidiu conhecer e congregar na Igreja. Foi sintonia à primeira vista. ''Fiz muitas amizades e pouco tempo depois me convidaram para um acampamento de jovens da Igreja''.
De pronto, Karime não aceitou. ''Estava com alguns compromissos marcados e por um deles, inclusive, o cachê era alto. Mas, naquela semana, Deus falou comigo e me disse que meu futuro marido estaria naquele acampamento. Desmarquei tudo e fui''.
O desfecho da história completou dois anos, recentemente. Em nove meses, a londrinense e o pastor Rubens Avelino – ele, de 32 anos, natural de Guarulhos -, subiam ao altar. ''Deus estava certo. Nunca encontrei alguém que se encaixasse tanto comigo. Estou passando a melhor fase de minha vida, ao lado dele'', derrete-se.
Depois de casada, Karime deu um ponto final à carreira como modelo. ''Abandonei tudo para me dedicar à obra de Deus. Fomos convidados pela Igreja sede, de São Paulo, a dirigir uma filial em Bragança Paulista. Topamos e estamos trabalhando juntos, aliás, aprendi que o trabalho pastoral não é uma profissão e sim um chamado de Deus''.
Os projetos
Entre as atribuições de Karime e do marido estão dois programas de rádio, apresentados diariamente, e um trabalho de TV. ''Estou com um projeto inovador em Bragança Paulista: quero formar um Espaço Jovem, que será um lugar para jovens cristãos se divertirem, com um ambiente moderno e saudável, sem bebidas alcoólicas''.
Afeita a estudar os alimentos, Karime deu início às aulas pela faculdade de nutrição, em São Paulo, na última terça. Saudades dos tempos de modelo? ''Não sinto falta das coisas que se passaram, vivo um tempo novo em minha vida e estou muito mais feliz. Guardo no coração e na memória as muitas coisas boas que vivi''.
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